Crescimento do setor de base florestal depende de aumento da área plantada no Paraná
2006-08-24
Novos investimentos privados no setor de base florestal paranaense, como o realizado pela Stora Enso com a compra da
fábrica de papéis Vinson, em Arapoti (norte pioneiro), dependem do crescimento da disponibilidade de matéria-prima,
considerada barata porém escassa. O negócio da madeira de reflorestamento é responsável por 8% do PIB do estado, mas
seu crescimento requer a ampliação da área de floresta plantada. Essa é a expectativa das empresas fornecedoras do setor,
que participaram de feira promovida nesta semana pela UFPR. O evento reuniu fabricantes de equipamentos e especialistas
em manejo até ontem no centro de eventos do Sistema Fiep, em Curitiba.
Na palestra de abertura, Miguel Sampol Pou, diretor-geral da fabricante de papel, cartão e embalagens Klabin disse acreditar
que a área plantada no estado vai dobrar no período de dez anos. Hoje são 870 mil hectares com pinus e eucalipto. As
regiões que ainda podem receber plantio são o Vale do Ribeira, Telêmaco Borba (nos Campos Gerais) e Guarapuava (centro
do estado), de acordo com o coordenador do evento, Jorge Malinovski.
Em todo o Brasil as empresas do setor prevêem investimentos de US$ 8 bilhões em plantio até 2012. Com 5,2 milhões de
hectares plantados, o país é o sétimo produtor mundial. A líder é a China.
A presença dos maiores fabricantes de máquinas e equipamentos para o setor, como Caterpillar, New Holland e Volvo,
garantiu fechamento de vendas durante a feira. Foi o caso da fabricante japonesa Komatsu, com sede brasileira em Curitiba.
A empresa vendeu pelo menos três unidades do trator pós-colheita, que retira as toras já desbastadas e cortadas do campo
de plantio, ao preço de cerca de US$ 350 mil. “Tivemos este ano um público muito interessado”, diz o diretor de marketing da
Komatsu, Lonard Santos, referindo-se aos 900 visitantes.
A feira também foi a oportunidade para o lançamento de novas tecnologias, como o sistema de tranporte por cabo aéreo para
regiões montanhosas vendido pela austríaco-brasileira Penz-Saur.
(Por Helena Carnieri, Gazeta do Povo, 23/08/2006)
http://canais.ondarpc.com.br/gazetadopovo/economia/conteudo.phtml?id=593200