Veterinário salva tamanduá-mirim em Cachoeira do Sul
2006-08-22
O médico veterinário Edson Salomão mostrou mais uma vez que é amigo dos bichos. Desta vez ele
salvou a vida de uma tamanduá-mirim, que já está no livro vermelho de animais em extinção.
Dorinha veio da localidade do Piquiri, próximo ao Posto Shell, e chegou à clínica de Salomão com
cerca de um mês de vida, desidratada e com as patas machucadas. Vítima da violência do homem,
sua mãe foi morta a golpes de facão. Como os tamanduás são extremamente ligados à mãe, mesmo
depois de morta o filhote permaneceu segurando a mãe até ser resgatado por um morador da
localidade.
Ao chegar à clínica, Dorinha pesava apenas 480 gramas. Ela precisou ser reidratada com soro.
Mesmo com dois meses e meio de vida ela ainda está sendo criada em uma incubadora com o devido
controle de temperatura. Para alimentá-la, Salomão tem preparado uma fórmula específica que
assemelha-se ao leite da tamanduá. Para chegar a um resultado mais próximo do esperado, é
utilizado leite de cabra, que tem 1,3% de proteína com acréscimo de outras substâncias que
elevam a proteína presente no leite a 6%. O leite da mulher e de vaca, por exemplo, tem cerca de
1% de proteína. Dorinha está com um quilo.
Édson Salomão já comunicou que a fêmea de tamanduá-mirim está aos seus cuidados. O Ibama estuda
agora um local onde possa deixar o animal. Seu provável destino será um local onde ocorra o
estudo para conservação da espécie. O RS não tem nenhum estudo dedicado a estes animais.
(Jornal do Povo, 22/08/2006)
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