Pesquisadores da Furg partem para expedição de inverno na Antártica
2006-08-22
Um grupo de pesquisadores da Furg, integrantes do Grupo de Oceanografia de Altas Latitudes
(GOAL), de pesquisas antárticas, embarca nesta terça-feira (22/08) para a Cidade do Cabo, na
África do Sul, para integrar-se à expedição Cryonwed. Essa expedição marca o início das atividades do GOAL, da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (Furg), nas comemorações do Ano Polar Internacional, que irá concentrar diversos pesquisadores no estudo dos dois pólos da Terra em 2007-8. A intenção é estudar as condições oceanográficas de inverno sob o manto de gelo marinho que cobre o mar de Weddell, na Antártica, nesta época do ano. A equipe de pesquisadores brasileiros é formada pelo professor de Oceanografia Física Mauricio Mata, pelo técnico Oceanógrafo do departamento de Física Vagner Duarte, alunos de pós-graduação em Oceanografia Física - Rodrigo Pereira - e de graduação da Oceanologia - Mathias Caspel, todos da Furg. O grupo chegará na África do Sul quarta-feira. Na quinta-feira (24/08), embarca no navio quebra-gelo alemão Polarstern, que suspende em direção ao mar de Weddell, onde passará aproximadamente dois meses. A expedição também faz parte do acordo internacional de cooperação científica entre a Furg e o Instituto Alfred-Wegener para pesquisas marinhas e polares da Alemanha.
O professor Mauricio Mata relatou que poucas expedições acontecem na Antártica durante o inverno
devido à severidade do clima e dificuldade de acesso. "Os pesquisadores querem saber como o
oceano se comporta durante esta época do ano", diz. "O grupo está interessado no estudo das
águas de fundo do mar de Weddell que são formadas na região durante o inverno e têm grande
importância climática", destaca. Conforme Mata, o principal objetivo do estudo é entender melhor
a formação e exportação das águas do fundo do mar de Weddell para os demais oceanos. Ele
explica que "as águas por serem mais geladas, portanto mais pesadas, ficam depositadas na parte
mais próxima ao solo marítimo à medida que avançam para as outras bacias oceânicas, sendo
também indicadores das mudanças climáticas".
A Antártica é considerada um laboratório a céu aberto muito sensível, onde possíveis alterações
climáticas são mais facilmente identificáveis. Informações como posicionamento do navio,
temperatura do ar, velocidade do vento e relatórios semanais recolhidos na expedição serão
publicadas quase em tempo real pelo site http://goal.ocfis.furg.br/cryonwed.
(Jornal Agora, 22/08/2006)
http://www.jornalagora.com.br/