Greenpeace exige proibição global de importação de arroz transgênico dos EUA
2006-08-22
O Greenpeace Internacional lançou ontem (21/08) um alerta sobre a necessidade de uma proibição global às importações de arroz norte-americano para evitar que o público coma variedades ilegais, não testadas e não autorizadas de arroz transgênico.
O arroz Liberty Link (LL) 602, produzido pela multinacional alemã Bayer e que não possuía autorização para venda, estava sendo comercializado nos EUA. O arroz LL 602 não foi aprovado para consumo ou cultivo em nenhum lugar do mundo. “O arroz é a base da dieta de milhões de pessoas e a contaminação dos estoques desse alimento pela Bayer, que é uma empresa que têm forçado o arroz transgênico em todo o mundo, precisa ser interrompida”, disse Jeremy Tager, coordenador da campanha de Engenharia Genética do Greenpeace Internacional.
O Japão já anunciou a proibição das importações de arroz norte-americano como resultado deste novo escândalo de contaminação. No ano passado, o Japão e a União Européia já tinham banido as importações de milho dos EUA em resposta a outro escândalo.
“Este novo caso de contaminação mostra, mais uma vez, que a indústria de transgênicos é absolutamente incapaz de controlar os organismos geneticamente modificados. Países que importam arroz dos EUA, como a União Européia, o Brasil e o Canadá devem encarar de maneira séria as medidas para prevenir esse tipo de ameaça à nossa alimentação”, afirmou Gabriela Vuolo, da campanha de engenharia genética do Greenpeace Brasil.
O Brasil é o 9º produtor mundial de arroz, colhendo cerca de 12 bilhões de toneladas por ano. No entanto, essa produção corresponde a apenas 87% da demanda nacional, obrigando o País a importar mais de 800 mil toneladas por ano. Além disso, a Bayer já solicitou autorização para a comercialização de uma variedade de arroz Liberty Link no Brasil, mas ainda está aguardando o parecer da CTNBio.
“É preciso banir todas as importações de arroz transgênico, retirar os alimentos contaminados das prateleiras dos supermercados e rejeitar os pedidos de liberação comercial de arroz geneticamente modificado”, disse Tager. “As autoridades responsáveis nos países importadores também precisam investigar a contaminação causada pela Bayer e determinar se outras variedades de arroz testadas pela empresa contaminaram o mercado mundial de alimentos”, concluiu.
(Informações Greenpeace/ Página Rural, 21/08/2006)
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