A MMX Mineração e Metálicos, empresa comandada por Eike Batista, recebeu na semana passada a licença de instalação para a jazida de minério de ferro Amapá, reserva localizada ao lado da mina de ouro de Amapari (AP), que já pertenceu ao grupo. A liberação foi confirmada pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente do Amapá. O projeto total - quer inclui o desenvolvimento da jazida, a estrada de ferro e um terminal portuário - está orçado em US$ 270 milhões.
A partir da agora, a MMX poderá dar início às obras de instalação da jazida. Quando estiver plenamente concluída, em 2010, a jazida terá capacidade de produção de 6,5 milhões de toneladas entre sinter feed e pellet feed. No ano que vem, de acordo com o prospecto destinado a investidores, a previsão é de que a mina já produza 810 mil toneladas.
A licença de instalação está sujeita a condições, como o pagamento de medida de compensação ambiental, equivalente a 0,5% do investimento estimado do empreendimento, a implementação de programas de controle ambiental e de recuperação de áreas degradadas.
A direção da MMX preferiu não se manifestar por estar em "período de silêncio" imposto pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por conta de oferta complementar de ações na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa).
Na última sexta-feira (18/8), a empresa enviou comunicado à entidade que recebeu da Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul a licença de instalação para a implantação de uma usina de ferro-gusa em Corumbá.
De acordo com a nota da companhia, a empresa deve iniciar nos próximos dias o serviço de terraplanagem, execução de obras civis. Posteriormente, vai iniciar a montagem dos dois altos-fornos. A usina de Corumbá terá capacidade para produção de 375 mil toneladas de ferro-gusa por ano a partir de 2008. A matéria-prima virá da mina Corumbá. No ano que vem a empresa pretende já produzir o equivalente a 196 mil toneladas.
Os financiamentos para a realização da obra foram assinados em caráter preliminar com o Credit Suisse Brazil Investment Bank (Bahamas). As linhas de crédito totalizarão US$ 150 milhões, sendo US$ 50 milhões por meio de linha de pré-pagamento de exportação, com prazo de sete anos, a ser desembolsada nos próximos seis meses. A outra, de US$ 100 milhões, será liberada até setembro de 2007. Na sexta-feira, na Bovespa, as ações da MMX fecharam cotadas a R$ 840, 00, com alta de 0,12%.
(Por Patrícia Nakamura,
Valor Econômico, 21/08/2006)