Lixo ganha as ruas e pontes de Bagé
2006-08-18
O lixo que a sociedade rejeita e que, infelizmente, é a matéria-prima do sustento de pessoas
abaixo da linha da pobreza, é o retrato fiel do descaso dos cidadãos para com os seus
semelhantes e para com a comunidade da qual faz parte.
Muitos são os locais em que os deseducados cidadãos depositam o seu lixo. Na beira de estradas
vicinais, nos terrenos baldios, nas praças ou em qualquer canto. Não lhes interessa o serviço
de recolhimento de lixo. Não se importam de pagar, junto com os impostos urbanos, a taxa de
coleta.
Às vezes a atitude parece ter algo de agressivo ou de protesto. A impunidade e o desrespeito
fazem com que esses maus cidadãos coloquem, acintosamente, seus rejeitos e as sobras de suas
entranhas à mostra. As conseqüências desses atos atingem, a outros cidadãos que se obrigam a
tomar decisões, às vezes onerosas, para solucionar problemas que não foram criados por eles.
Os lixeiros da calada da noite, muito espertinhos, tratam de depositar o lixo que produzem em
lugares distantes de suas residências.
É o caso da ponte situada na rua Doutor Penna, sobre o Arroio Gontan, que foi canalizado. O
cenário é desanimador. A ponte agora é apenas um vão de alvenaria que encobre um trecho de
terreno firme onde o lixo se acumula e embaixo ponte passa de tudo, menos água.
O local serve para várias atividades, desde o consumo de drogas, exercício sexual sem cuidados
essenciais, deposição de cães mortos (sem determinar a causa mortis) e muito lixo.
A proliferação de baratas, ratos e o mau-cheiro são a marca registrada. Os moradores não sabem
a quem apelar. O transtorno é evidente e requer ação imediata, ainda que não seja um problema
localizado. Situação semelhante pode ser encontrada em vários lugares da cidade, na área central
e na periferia.
Iara Fonseca da Silva, 59 anos, do lar, reside com seu filho ao lado do foco do problema e não
sabe o que fazer. A tubulação de esgoto que havia mandado fazer foi roubada. Os ratos e insetos
causam toda a sorte de incômodo e, principalmente de noite, pode-se ouvir quando estacionam os
carros para largar lixo.
Fica o alerta para as autoridades municipais quanto ao problema.
(Jornal Minuano, 18/08/2006)
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=7871