Estudo europeu alerta para aceleração da perda de fauna no Mar Báltico
2006-08-18
A rarefação da fauna de águas profundas no Mar Báltico acelerou-se nos últimos anos devido à crescente falta de oxigênio. Um estudo europeu alerta que algumas zonas do golfo da Finlândia estão a tornar-se desérticas. “A observação da fauna deu os piores resultados registados até hoje. Uma fauna de águas profundas abundante e diversificada apenas é detectada em quatro dos 47 locais de observação” no golfo da Finlândia, alertou o Instituto finlandês de investigação marinha e o Instituto finlandês do ambiente.
Este estudo resulta de uma missão realizada no norte do Mar Báltico, a bordo de dois navios oceanográficos, por cientistas de seis países da União Européia (França, Itália, Alemanha, Finlândia, Estónia e Letônia). “A ausência total de animais foi constatada em 37 locais de observação”, afirmam os cientistas, lembrando que a presença de seres vivos é um dos principais indicadores do bom estado de um ecossistema marinho.
A falta de oxigênio é um problema crescente no Mar Báltico. “Entre os 50 e os 60 metros de profundidade, a ausência ou enfraquecimento do nível de oxigênio foram constatadas em todas as estações de observação”, segundo o estudo. Este fenômeno, devido ao despejo de poluentes dos países em redor do Mar Báltico nas últimas décadas, acentuou-se por fatores naturais.
“As águas pobres em oxigênio deslocaram-se de Oeste para Este, do Centro do Mar Báltico para o golfo da Finlândia”, explicou Harri Kankaanpää, líder da expedição a bordo do navio “Aranda”, do Instituto finlandês de investigação marinha. “Começamos a reduzir as emissões de nitratos e construímos estação de tratamento de águas usadas, como a de São Petersburgo. Mas só veremos o efeito dentro de várias décadas. O sistema marinho recupera muito lentamente”, advertiu Kankaanpää.
(Ecosfera, 17/08/2006)
http://ecosfera.publico.pt/noticias2005/noticia5504.asp