Superintendência do Porto do Rio Grande aguarda relatório do Ibama para defesa sobre enrocamento
2006-08-18
A Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg) está aguardando que o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) envie o relatório da fiscalização
sobre a obra de enrocamento feita pela Praticagem da Barra na raiz do Molhe Oeste para fazer
sua defesa.
De acordo com o assessor ambiental do porto, Celso Corradi, é preciso saber exatamente o que o
instituto alega. Na segunda quinzena de julho, a fiscalização do Ibama autuou a Suprg por
autorizar a realização da obra, considerada irregular pelo instituto, e por causar dificuldades
à fiscalização. Foram feitos dois autos de infração e definida multa de R$ 150 mil à Suprg.
Conforme o analista ambiental do Ibama de Pelotas, Luis Eduardo Torma Burgueño, que presta apoio
ao escritório regional do instituto, o enrocamento ocorre em uma área de preservação permanente
e de responsabilidade da Suprg. Burgueño disse que a obra estava sendo feita sem licenciamento
ambiental, pois a Praticagem tinha licença apenas para instalar uma torre no local. O Ibama
abriu um processo administrativo, no qual a Suprg irá apresentar defesa, podendo a multa ser
majorada ou minorada. O caso foi encaminhado ao Ministério Público Federal que está analisando
e colhendo informações.
Trata-se de uma obra de realocação da torre de monitoramento da
Praticagem e recuperação do enrocamento. De acordo com o engenheiro agrônomo da Fundação
Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) Regional Sul, Paulo Duarte, os Práticos da Barra não
têm autorização para fazer o enrocamento na raiz do Molhe Oeste e a Fepam os notificou por
estarem realizando a obra de forma irregular. A Praticagem já apresentou defesa, a qual está
em análise. Paulo Duarte destacou que qualquer atividade de obra civil em área de preservação
exige licenciamento ambiental.
Praticagem
A assessoria jurídica da Praticagem da Barra disse que o enrocamento é uma obra necessária para
a contenção do terreno, pois a área destinada pela Suprg é alagadiça e, com a maré, todo o
terreno fica submerso, inclusive a vila popular existente ao lado. Explicou que o enrocamento
é originário da construção do porto, tendo a empresa Práticos da Barra apenas recuperado uma
parte - 80 metros lineares, segundo os padrões e estruturas existentes e obedecidos os estudos
de recuperação empreendidos pela Furg/Laboratório de Oceanografia Geológica.
Observou ainda que
a empresa Práticos da Barra tem autorização da Fepam para fazer o cercamento e demais obras
físicas necessárias para a construção da torre de Atalaia e que o memorial descritivo do
empreendimento contém a obra de recuperação do enrocamento. E acrescentou ainda que, ao ser
apresentado o projeto, foi discutida a necessidade ou não de ser feito pedido independente para
a recuperação do enrocamento de maneira específica e até agora a Fepam não definiu essa
questão.
(Por Carmem Ziebell, Jornal Agora, 17/08/2006)
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