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2006-08-18
A beleza de Caldas Novas não é mais a mesma. O incêndio supostamente provocado no Parque Estadual de Caldas Novas (Pescan) continua a devastar a floresta. A área de preservação ambiental está quase toda queimada. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, as chamas, iniciadas na última sexta-feira, já queimaram cerca de 75% do parque. O Corpo de Bombeiros trabalhou cinco dias contra o fogo e conseguiu, nesta quarta (16/8), conter o alastramento.

De acordo com Gilson Gontijo Amorim, subtenente do Corpo de Bombeiros, o vento forte é uma das principais dificuldades encontradas pela equipe de operação. “Os ventos chegam a 60 quilômetros por hora e alastram o fogo rapidamente. Enquanto apagamos determinada área, surgem novos focos de incêncio em outra.”

O comandante da 14ª Companhia Independente da Polícia Militar, major João Batista Freitas, afirma que o apoio aos combatentes do incêndio tem sido total. Foi disponibilizada equipe aérea para identificação de novos focos, o que facilitou o trabalho do Corpo de Bombeiros. O comandante alerta que não são seguidas as devidas orientações de preservação pelos usuários do parque. Muitos se mostram imprudentes quando estão na unidade ambiental. “Muitas pessoas sem autorização passam para dentro do parque e fazem uso das belezas locais de forma negligente. Alguns fumam e jogam tocos de cigarros, causando grandes desastres, como é a situação agora”, diz o major. Ele suspeita da possibilidade de crime ambiental.

Osmar Vieira de Oliveira, secretário municipal do Meio Ambiente de Rio Quente, diz que a supervisão do parque deveria ter feito trabalhos preventivos. “Os discursos são belos e maravilhosos, mas ninguém faz nada. Sempre dissemos que deveriam ter feito um trabalho de prevenção. Isso nunca aconteceu.” De acordo com Osmar, o parque não tem estrutura para receber turistas.

Alarme – O presidente da ONG Guerreiros da Natureza/Colégio COC, Antônio Carlos Volpone, afirma que a situação é alarmante. “Os meios de comunicação estão mostrando isso”, comenta. Volpone diz estar indignado com autoridades ligadas ao meio ambiente. Segundo ele, as estradas próximas ao parque estavam com muito mato, o que teria facilitado a propagação do fogo. Ele reclama que integrantes da ONG Guerreiros da Natureza e imprensa não puderam subir a serra. “A ONG faz trabalho de fiscalização preventiva e não pode ser impedida de trabalhar. Estamos fazendo um bem para todos.” O major João Batista Freitas foi procurado e diz que não sabia do ocorrido.

A supervisora do Parque de Caldas, Samantha Catein, foi procurada pelo Diário da Manhã, mas não quis se manifestar. Ontem, Samantha se reuniu em uma sala reservada para prestar depoimento à Polícia Civil.
(Por Silvio Sousa, Diário da Manhã – GO, 17/08/2006)
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