Máquina é capaz de processar biodiesel no quintal de casa
2006-08-18
Insatisfeito com os problemas no motor do seu veículo, uma caminhonete D-20, o empresário
Paulo Cézar Brossmann encontrou uma forma de processar biodiesel em casa. O invento é capaz
de produzir 750 litros de biodiesel por dia. Para a composição do combustível, é possível
utilizar qualquer tipo de óleo, menos o sebo. A novidade está em exposição na 5ª Mostra de
Tecnologia para a Agricultura Familiar, da Feira de Negócios e Tecnologias Rurais Agro
Centro-Oeste, que é realizada no Campus II da Universidade Federal de Goiás (UFG), em
Goiânia, até o dia 19.
O equipamento, registrado como Brossbiotec, produz combustível ecológico, pois utiliza óleos
como o de soja e milho. O invento, composto por três tanques e tubos, tem capacidade de
gerar 150 litros de biodiesel a cada processamento. Diariamente, o maquinário suporta entre
quatro e cinco operações.
O volume de combustível gerado pelo Brossbiotec supera a quantidade de matéria prima exigida
no processamento. A cada dez litros de óleo vegetal são produzidos dez litros e 700 ml de
biodiesel. Para chegar ao produto final, o invento realiza um processo químico que consiste
na separação da glicerina dos óleos vegetais. O valor do maquinário é estimado em R$ 50 mil.
Inspiração
Ao analisar o motor de seu veículo, o empresário percebeu que havia grande quantidade de
água e sujeira. Na tentativa de encontrar soluções para este problema, começou a pesquisar
informações sobre funcionamento dos carros e combustíveis.
Persistente, coletou frascos de amostras do material e procurou orientação de pesquisadores
da UFG e da UnB. Após descobrir que o combustível que consumia era incompatível com o motor,
Paulo Cézar conduziu por conta própria estudos para entender o processo de fabricação do
diesel.
Segundo ele, uma das vantagens do uso do biodiesel é que a emissão de monóxido de carbono é
48% inferior à do diesel quando utilizado na proporção B-100 (100% de biodiesel).
“Infelizmente, há em Goiás pessoas que sabem que a técnica é viável, mas não consigo
encontrar parceiros para produzir.”
Orgânicos
A Associação para Recuperação e Conservação do Ambiente (Arca) realizou ontem o minicurso
Processamento de Frutas e Verduras Orgânicas para Pequenos Produtores Rurais. Cerca de 20
pessoas participaram do curso, que enfocou a produção sustentável de alimentos orgânicos e a
preservação ambiental.
A Arca é responsável pelo Projeto Vale Vivo de preservação da Bacia do Ribeirão João Leite.
Os participantes aprenderam a manipular e conservar alimentos, bem como higienizar
equipamentos e utensílios.
(Por Moacir Rodrigues, Diário da Manhã, 17/08/2006)
http://www.dm.com.br/impresso.php?id=150176&edicao=6859&cck=2