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2006-08-17
A expansão da monocultura de árvores exóticas no Rio Grande do Sul foi atacada ontem (16/08) durante o seminário “Deserto Verde: os Impactos da Monocultura do Eucalipto para os Povos”, promovido pela Via Campesina, em Porto Alegre. O evento lotou o Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e reuniu movimentos sociais, indígenas, quilombolas, entidades ambientalistas, pesquisadores e estudantes. Embora o eucalipto tenha sido o réu do dia, sobraram críticas para o agronegócio, para o modelo exportador e para o neoliberalismo.

Impactos como a redução da biodiversidade, o esgotamento dos nutrientes do solo e a absorção de água, ameaçando o Aqüífero Guarani, foram trazidos pela pesquisadora de Pós-graduação de Geografia da Ufrgs Dirce Suertegaray. De acordo com ela, a silvicultura prejudica as indústrias farmacêutica, alimentar e ornamental, na medida em que há uma diminuição de espécies necessárias para essas atividades.

A especialista critica, ainda, a tendência à concentração de terras, vinculadas ao capital internacional. Para ela, é o tipo de atividade que parece promissora de início, sob certas conjunturas, mas ameaça o futuro e o meio ambiente. “Tenho ainda questionamentos que não foram respondidos. Quem se beneficiará com essa mudança de matriz econômica? Qual o futuro daqueles que vendem sua propriedade no campo?”, questiona.

A destruição do horto florestal da Aracruz Celulose em Barra do Ribeiro em 8 de março deste ano por campesinas também foi lembrada por Dirce. “As camponesas chamaram a atenção para o problema. Com elas me apóio e com elas me articulo. Essa terra é nossa, e devemos continuar lutando”, acredita.

Já o conselheiro da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan) e secretário da Fundação pelo Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável (Ecofund), Francisco Milanez, afirma que os “vampiros da miséria humana” decidiram que o fracasso da pecuária extensiva e a pobreza do Rio Grande do Sul e do Uruguai era o ambiente ideal para investir, referindo-se às empresas de celulose. “E esse deserto não é força de expressão. Até as gramíneas podem desaparecer”, relata o ambientalista.

A importação de mão-de-obra e a conseqüente sazonalidade dos empregos seriam responsáveis por desequilíbrios culturais nos pólos florestais, como a chegada de um número excessivo de homens em algumas comunidades. Milanez trouxe à discussão também o eucalipto transgênico, desenvolvido pela Aracruz, criado exclusivamente para a produção de celulose. Para o ecologista, é mais uma maneira de aumentar o poder das empresas, já que o agricultor não poderá mais vender sua produção para o setor moveleiro. “Isso é muito triste, menos para quem está ganhando dinheiro”, lamenta.

Criada a Articulação Estadual contra o Deserto Verde

A Articulação Estadual contra o Deserto Verde foi formada ontem (16/08), durante o seminário. O documento foi assinado por mais de 35 entidades e movimentos sociais. A pauta de discussões vai além da monocultura e propõe agroecologia e reforma agrária, entre outros temas. A primeira reunião do grupo está marcada para 1º de setembro, no Diretório Acadêmico de Estudantes da Ufrgs, na avenida João Pessoa, 41, a partir das 8h.
(Por Patrícia Benvenuti, 17/08/2006)

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