Sem usinas do Rio Madeira, custo de geração sobe R$6 bi, diz EPE
2006-08-17
A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) anunciou nesta quarta-feira (16/8) que desenvolveu estudo para mostrar aos órgãos ambientais brasileiros que a construção de usinas hidrelétricas no Rio Madeira, em Rondônia, é menos danosa ao meio ambiente do que a construção das térmicas que seriam necessárias para suprir a carência de energia do país com o cancelamento do megaprojeto pretendido pelo governo.
Segundo o presidente da EPE, Maurício Tolmasquim, além do custo ambiental, o aumento da despesa com geração, no caso de substituição do Rio Madeira por térmicas, seria de 6 bilhões de reais, o que teria reflexo nas contas ao consumidor.
"Como existem muitos questionamentos sobre Rio Madeira, fizemos esse estudo que mostra aumento de 15 por cento nas emissões de gás carbônico se colocarmos térmicas no lugar", informou.
Pelo plano decenal do governo, as emissões com usinas no Rio Madeira seriam de 45 milhões de toneladas por ano, enquanto no estudo da EPE, com as térmicas, seriam de 60 milhões de toneladas.
Ele explicou que não existem até 2015 projetos hidrelétricos capazes de substituir Rio Madeira, o grande empreendimento que compreende a construção de duas usinas --Santo Antonio e Jirau-- somando cerca de 6 mil megawatts.
"A única que poderia ter alguma chance é Marabá, mas também não é uma certeza", informou. A usina hidrelétrica de Marabá, no Pará --com capacidade para gerar até 2 mil megawatts-- também enfrenta problemas ambientais. Além disso, Tolmasquim lembrou que a usina teria condições de gerar, num primeiro momento, apenas 1.300 MW.
"Até 2015 não tem outra opção, ou é Rio Madeira ou térmicas", afirmou, negando que o estudo seja um meio de pressão sobre os órgãos ambientais.
(UOL Notícias, 16/08/2006)
http://noticias.uol.com.br/economia/ultnot/reuters/2006/08/16/ult29u50150.jhtm