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2006-08-16
Um dia após considerar o incêndio praticamente debelado, o fogo que passou a ser empurrado pelos ventos fortes se alastrou no mato alto e seco do Parque Estadual de Caldas Novas, a 180 quilômetros ao Sul de Goiânia. Entre 50% e 75% da vegetação já foram destruídos. O Parque se localiza a 180 quilômetros ao Sul de Goiânia, entre as cidades turísticas de Rio Quente e Caldas Novas.

A tragédia, que começou a cinco dias a partir de incêndios simultâneos em três pontos diferentes do parque, está dizimando a flora e a fauna. Entre 65 mil e 75,2 mil hectares de plantas rasteiras, capim e árvores foram queimados. "O fogo já consumiu bem mais que a metade da reserva", afirmou o major Mauro Gonçalves de Queiroz, coordenador da operação de combate ao incêndio na reserva que tem 12.315,358 hectares.

Animais como cobras, jabutis e tamanduás têm dificuldade para escapar das labaredas que atingem até cinco metros de altura. Ninhos de pássaros, como araras, também estão destruídos.

"Os estragos ainda estão sendo avaliados", disse Zacarias Calil, presidente da Agência Ambiental. "Os animais têm muitas dificuldades para sair das áreas atingidas e nos preocupa a possibilidade, que é real, de dizimação pelo fogo", disse, após anunciar que a Polícia de Goiás tenta identificar os responsáveis pelo incêndio.

As perspectivas para as equipes de soldados do Corpo de Bombeiros, do Exército e de voluntários, que atuam na área, são as piores possíveis. Isto porque a umidade relativa do ar continua baixa (20%), não há previsão de chuvas nos próximos 30 dias, e o fogo atingiu as regiões mais acidentadas do parque, explicaram o presidente da Agência Ambiental e o comandante dos Bombeiros. No total, são 160 homens trabalhando no local, sendo que o Exército liberou, hoje, mais 30 soldados.

Além do fogo e da morte de animais, as autoridades ambientais se depararam com um novo e inesperado inimigo - falta dinheiro para comprar água e alimentos, pagar os combustíveis e alojamentos das equipes. Isto porque, para comprar ou pagar as contas a Agência teria de abrir uma licitação. E não há tempo para superar as barreiras burocráticas.

"Estamos apelando para a sociedade, e aos proprietários de hotéis, para doarem e contribuírem com o que for preciso", disse Calil. "Não há como a Agência disponibilizar mais recursos rapidamente sem uma licitação para executar o serviço", afirmou.
(Por Rubens Santos, O Estado de S. Paulo, 15/08/2006)
http://www.estadao.com.br/ultimas/cidades/noticias/2006/ago/15/303.htm

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