Curitiba implanta rodízio de abastecimento e reduz em 20% consumo de água
2006-08-16
A população de Curitiba e Região Metropolitana conseguiu diminuir o consumo de água “na marra”. Isso porque a meta de
redução de 20% estabelecida na campanha feita pela Sanepar, antes de iniciar o racionamento, só foi alcançada após a
implantação do rodízio na região, no último dia 4 de agosto, segundo nota divulgada pelo órgão, ontem. A redução aconteceu
na extração da água das barragens Iraí e Piraquara I. Cerca de 10% de economia é referente à primeira fase educacional
com a população e 10% ao sistema de rodízio. Mesmo com o racionamento, a produção de água tratada nas estações de
tratamento Iraí e Iguaçu caiu 11,56%, neste período.
Ainda na nota, o diretor de Operações da Sanepar, Wilson Barion, disse que técnicos e diretoria da empresa estão avaliando
a situação diariamente e estudando “novas medidas para ampliar a redução da utilização das reservas hídricas, se for
necessário. No entanto, as medidas não estão definidas e tampouco a data de implementação.” “O problema de escassez
de chuvas pode tornar mais rigoroso ou não o rodízio. Vamos aguardar as possibilidades de chuvas na quarta
(09/08) ou quinta-feira (10/08) para definir as próximas medidas.”
Segundo Barion, várias cidades do Estado estão com problema de abastecimento e está próximo da cidade de Corbélia
(Sudoeste), entrar no sistema de rodízio também. Outras cidades que estão na iminência de adotar o sistema de
racionamento são Planalto, Capanema, Santa Isabel do Oeste e Nova Prata do Iguaçu, todas na região sudoeste. De acordo
com a assessoria de imprensa, os técnicos da Sanepar estão evitando falar em previsões de quando vai iniciar o rodízio
nesses municípios, mas observou que os rios que abastecem as cidades estão com 20% a 30% da capacidade normal.
Em Medianeira, município que entrou no sistema de racionamento na última sexta-feira, o rodízio fica estabelecido por tempo
indeterminado. O Rio Alegria, que abastece Medianeira, está com apenas 20% do seu volume normal e a Sanepar está
captando praticamente toda água do manacial para o fornecimento de água. A proposta é que se reduza o consumo em 25%
com o racionamento, ou seja, 1,7 mil metros cúbicos/dia.
Ontem (14/08), Barion participou de uma reunião com representantes da Defesa Civil de vários municípios afetados pelo racionamento
da Região Metropolitana, quando foi “ventilada” a possibilidade de algumas cidades decretarem situação de emergência
devido a estiagem. “Assim, os municípios podem coibir determinados usos da água. É possível que haja uma postura dessa
natureza”, informou Barion.
A Sanepar ficou de enviar para um relatório específico para que que município tome as medidas necessárias e até decretar
estado de emergência por falta de água. “A Sanepar nos informou que o momento é crítico e requer atitudes cautelosas.
Vamos aguardar o relatório técnico oficial para que levantemos os prejuízos sociais e econômicos, além da escassez do
recurso hídrico, para ser tomada qualquer providência”, disse Marlon Alves Cardoso, coordenador técnico de Defesa Civil de
Curitiba.
(Por Flora Guedes, Folha de Londrina, 15/08/2006)
http://www.bonde.com.br/folha/folhad.php?id=15685LINKCHMdt=20060815