Moradores da Rua Lindolfo Collor, no Bairro Senai, estão preocupados com os alagamentos causados por uma sanga que
corre dos altos da Rua da Pedreira. Além de invadir propriedades, está provocando afundamentos nos terrenos e rachaduras
em paredes.
Conforme relato da comunidade, há mais ou menos 25 anos a Prefeitura de Santa Cruz do Sul canalizou a sanga, que corta
cerca de 30 terrenos das ruas Martin Buff, Lindolfo Collor e Gaspar Bartholomay. Com o aumento da população da área, ela
se tornou insuficiente e não dá mais vazão à água. Com qualquer chuva mais forte, ocorrem as inundações. Alguns
moradores chegaram a improvisar tapumes móveis em seus portões. Quando chove, são levantados, para evitar prejuízos
maiores.
Além dos alagamentos, outro problema grave está surgindo: o afundamento de terrenos. Um dos mais prejudicados é o
aposentado Adevosir da Silva Santos, que reside no prédio 106 da Lindolfo Collor. Nos fundos do seu imóvel, a canalização
cedeu e, junto com ela, o muro da divisa. As paredes da casa também estão rachando e uma área dos fundos, que servia como churrasqueira, precisou ser desativada. “A parede inclinou e não temos mais coragem de usar.” Disse que a construção foi feita ao longo de vários anos e que, provavelmente, terá que desmanchá-la.
Destacou que seu terreno era arborizado e que a família usava o local para tomar o chimarrão e conversar. Hoje, isso não é mais possível. As árvores foram cortadas e as flores sumiram. Disse que o mau cheiro que exala do buraco impede as pessoas de sentarem próximas. Além disso, as ratazanas escapam pela fenda. “Estamos nos privando de usar uma área pela qual tínhamos um grande carinho.”
PROMESSA – Adevosir Santos disse que, na época do governo Sérgio Moraes, a Prefeitura chegou a depositar canos na rua, para resolver o problema. Depois de algum tempo, teria ocorrido divergência com alguns moradores e o material foi retirado. Há dois meses, ele e outros vizinhos estiveram reunidos com o prefeito José Alberto Wenzel, que prometeu resolver o problema. “Estamos esperando até agora. A cada chuva, vivemos um drama.”
Conforme ele, a Prefeitura precisa colocar canos de diâmetro maior pela rua, retirando a sanga dos fundos dos imóveis. Elípio Müller, que reside no prédio 84, apóia a idéia. “Estas inundações não podem continuar. A Prefeitura tem que abrir a rua e ampliar a canalização.”
Alagamentos nos terrenos e até dentro das casas
Quem reside nas imediações da Lindolfo Collor com a Gaspar Bartholomay espera pelas providências. Vera Schroeder lembra que a água já invadiu sua casa, derrubou um muro nos fundos e agora ameaça outro. “Não queremos mais esses canos por dentro dos terrenos.”
Zeni Gonçalves da Silveira afirma que, a cada chuva mais forte, o medo é grande. “A gente não dorme. Já perdemos vários móveis com alagamentos.” Seu esposo José comenta que a residência chegou a ficar com 40 centímetros de água há um ano e meio. Depois disso, a Prefeitura instalou mais uma boca-de-lobo e o problema diminuiu. Mas a água continua entrando no terreno e ameaçando a casa. “Nós precisamos de uma solução definitiva.”
Conforme Silveira, a canalização que passa pelos terrenos e parte da rua não dá mais vazão. Avalia que o problema só será resolvido com a troca dos canos.
O secretário municipal do Planejamento, Irineu Schneider, disse que o problema da Rua Lindolfo Collor está sendo analisado pelo setor técnico da pasta. O estudo, que deve ser concluído em breve, vai determinar a melhor maneira de acabar com as inundações.
(Por José Augusto Borowsky,
Gazeta do Sul, 12/08/2006)