Tractebel Energia reafirma interesse pela hidrelétrica de Dardanelos
2006-08-15
A Tractebel Energia reafirmou que estuda a possibilidade de fazer lances pela hidrelétrica de Dardanelos (261 MW, MT) no leilão de energia nova A-5, previsto para acontecer no dia 10 de outubro, pela internet. Segundo Marc Verstraete, diretor Financeiro e Relações com os Investidores da Tractebel, a empresa deve disputar o empreendimento sozinha ou como sócia majoritária. "Pela estratégia da empresa, não devemos ter participação minoritária", observou.
O gerente de Relações com os Investidores da companhia, Antônio Previtali Júnior, adiantou que pelo tamanho da hidrelétrica, a Tractebel Energia deve disputá-la sozinha. A CPFL Energia e a Copel também já demonstraram interesse pelo empreendimento. Ainda no leilão A-5, a Suez espera vender a energia de São Salvador (241 MW, TO). "O diferimento do UBP deve ajudar a colocar a energia no mercado", disse Verstraete, completando que a holding ainda não decidiu quando passará o empreendimento para Tractebel Energia.
O diretor de Finanças disse que a Tractebel tem energia descontrada a partir de 2009 para ser comercializada, já que até 2008, praticamente toda a energia está contratada. A empresa, de acordo com o executivo, espera preços médios crescentes nos próximos leilões em relação aos anteriores. A Tractebel comercializou 493 MW médios, a R$ 128,40 por Mwh, no último leilão A-3, realizado em junho deste ano.
Grandes consumidores
O executivo destacou ainda o aumento da compra de energia para revenda para atender a demanda dos clientes industriais no primeiro semestre deste ano. Isso resultou no crescimento dos custos da empresa no segundo trimestre em R$ 55 milhões, disse Verstaete. A empresa também aumentou as despesas com combustível para aumentar a geração própria para exportação de energia. O maior custo é motivado pelo não reembolso do carvão na produção.
As exportações, disse Verstaete, corresponderam a 2% da receita operacional bruta de R$ 1,462 bilhão, registrada no primeiro semestre deste ano. A proporção foi menor que a registrada em 2005, quando as exportações corresponderam a 5% da receita, ainda segundo o executivo.
A geradora atuou ainda no Mercado de Recolocação de Energia devido à redução da produção das hidrelétricas no Sul. A Tractebel foi afetada pela alta do Preço de Liquidação Diferenciada puxada pela estiagem na região. De acordo com o executivo, a reposição da energia dos contratos da Cien também afetaram a empresa. A expectativa é que a Cien volte a operar em 2009 com o gás argentino. "O acordo entre Brasil e Argentina prevê o retorno das exportações de gás a partir de 2009", frisou.
A rubrica custos e despesas ficou em R$ 301 milhões no segundo trimestre deste ano, apresentando acréscimo de 17,5% em relação ao mesmo trimestre de 2005. Os encargos de uso da rede elétrica ficaram em R$ 12,9 milhões de abril a junho deste ano, devido ao aumento do volume de contratos bilaterais.
Produção
No segundo trimestre, a produção de energia elétrica nas usinas operadas pela Tractebel foi de 4.951 Gwh. Em comparação com o mesmo trimestre de 2005, ocorreu um aumento de 10% na geração térmica, que somou 1.466 Gwh, contra uma redução de 28,5% na geração hidráulica, ficando em 3.485 Gwh. No conjunto das usinas, a redução foi de 20,2% na geração de energia entre os trimestres.
No primeiro semestre, a produção total ficou em 10.981 Gwh, sendo 8.156 Gwh hidráulicos e 2.825 Gwh de fontes térmicas. A geração global sofreu redução de 14,3% em relação ao mesmo período de 2005. As vendas ficaram em 3.620 MW médios no semestre, ao preço médio de R$ 90,80 por Mwh.
(Por Alexandre Canazio, Agência CanalEnergia, 14/08/2006)
http://www.canalenergia.com.br/zpublisher/materias/Negocios.asp?id=55099