Marinha diz que Porto de Cachoeira do Sul é viável
2006-08-15
O tão sonhado funcionamento do Porto de Cachoeira do Sul nunca esteve tão perto de se tornar uma realidade. Além da iminente utilização da hidrovia para escoamento da produção das empresas Granol e Aracruz, um estudo feito pelo oficial da Marinha Nilson Trevisan Torres mostra que há viabilidade econômica e financeira da operacionalização de um entroncamento rodohidroferroviário em Cachoeira do Sul. O estudo feito pelo militar será apresentado na próxima quarta-feira (16/08), no simpósio de pesquisa operacional e logística da Marinha (Spolm), na Escola de Guerra Naval, Praia Vermelha, Rio de Janeiro.
Os estudos do capitão Torres comprovam a redução eficiente dos custos no transporte de cargas que pode ser usado integrando rodovias, ferrovias e a hidrovia do Rio Jacuí. O trabalho permite oferecer aos produtores rurais e empresários da indústria de transformação uma ferramenta eficaz para barganhar preços do transporte, reduzindo custos e garantindo preços mais competitivos da produção. O capitão Torres reafirmará na sua apresentação que a hidrovia é de insuperável eficiência para grandes distâncias envolvendo produtos de baixo valor agregado, como a soja, trigo e arroz.
PREÇOS - Os estudos que serão apresentados no simpósio da Marinha revelam uma planilha comparativa dos custos do transporte. Segundo os cálculos, para se transportar uma tonelada de carga não-perecível por mil quilômetros, o frete hidroviário custa 14 dólares. Em ferrovias, o custo pode chegar a 30 dólares e pelas rodovias o custo chega a 75,6 dólares. O capitão Torres, além de mostrar os custos das diferentes modalidades de transporte, afirma que existe viabilidade da integração socioeconômica e financeira da infra-estrutura navegável na bacia do baixo Jacuí. Torres é casado com a cachoeirense Aline Machado e seu trabalho leva o título de “Um enfoque logístico com análise envoltória de dados sobre a integrabilidade modal da infra-estrutura da bacia do Jacuí”.
Importante
A experiência mundial aponta com clareza que o transporte fluvial cria em sua área de influência condições para o desenvolvimento auto-sustentado baseado na própria economia e na manutenção do meio ambiente. Esse sistema favorece a fixação industrial, agrícola, de serviços e de empreendimentos turísticos, agregando valor ao trabalho e qualidade de vida.
(Por Giuliano Fernandes, Jornal do Povo, 12/08/20060
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