Pastagem nativa é opção sustentável no Rio Grande do Sul
2006-08-14
As pastagens nativas adaptadas ao clima do Estado são uma das alternativas para o desenvolvimento sustentável da
agropecuária em período de seca como o que está sendo enfrentado pela região da Fronteira-Oeste. Conforme o especialista
em plantas forrageiras da Ufrgs Danilo Menezes SantAnna por serem espécies nativas, elas apresentam potencial igual ou
superior às cultivares exóticas, mais difundidas no RS.
"A Ufrgs está na fase de seleção dessas espécies próprias para a nossa região e irá, em seguida, começar a multiplicação",
disse. O 1º Simpósio de Forrageiras e Produção Animal nos dias 15 e 16, na instituição, na Capital, enfocará o potencial
produtivo dessas forrageiras, adiantou SantAnna no Correio Rural, sábado (12/08), na Rádio Guaíba.
O pecuarista Adroaldo Ptter, da Conexão Delta G, ressaltou que, com o déficit hídrico enfrentando pelo terceiro ano seguido, o
município de Livramento este ano recorreu ao confinamento de terneiros e ao desmame para superar a carência de
pastagens. "Todos os terneiros machos ficam numa área de um hectare, sendo alimentos somente a grão." Ptter calcula que
pode obter R$ 1,98 pelo quilo vivo, preço atual praticado no mercado, contra R$ 1,40 investido na produção do kg/vv.
O agrônomo Rogério Jaworski dos Santos complementou que práticas adequadas de manejo podem garantir forragens o ano
inteiro. "O produtor pode enfrentar o período crítico de estiagem com adubação e lotação correta."
Já o diretor-executivo da Ageflor, José Lauro de Quadros, previu para setembro a conclusão do primeiro zoneamento
ambiental de atividades agrícolas. "O produtor precisa buscar rentabilidade para se manter na atividade e o cultivo de áreas
florestais permite a diversificação da matriz produtiva." O vice-presidente do Sindicato Rural de Arroio Grande, Olindo
Albuquerque Neto, pediu sensibilidade ao governo para a manutenção do agricultor no meio rural.
(Correio do Povo, 13/08/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp