Sojicultores gaúchos querem liberação da semente transgênica
2006-08-14
Pela terceira safra seguida, o plantio da soja transgênica deve
provocar polêmica no Estado. Após reunião quinta-feira (10/08), na
Capital,
a Fetag/RS enviou ofício aos ministérios da Agricultura e do
Desenvolvimento Agrário questionando a negativa de financiamentos de
custeio na safra 2006/2007 para o plantio de áreas de soja geneticamente modificada com sementes próprias e não-certificadas, entre outros problemas.
A entidade quer a reedição da resolução do Conselho Monetário Nacional (CMN) que liberou o crédito e a cobertura do Proagro Mais sobre o plantio de soja transgênica com semente própria na safra 2005/2006, adiantou André Raupp, assessor da Comissão de Política Agrícola da Fetag. A Lei de Biossegurança em vigor assegura essas garantias a quem usar semente certificada. O presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro, acredita que 95% dos produtores ligados à federação devem plantar sementes próprias. Entre os argumentos dos agricultores estão os custos, a dificuldade de acesso a crédito e o indicativo de insuficiência de oferta de semente certificada.
O presidente da Apassul, Narciso Barison, rebateu, ao apontar que as sementeiras têm 110 mil toneladas de sementes certificadas prontas para venda no Estado. O volume seria suficiente para cobrir 60% da área, estimada em 4 milhões de hectares, contra 10% da safra passada. Barison reclama que o setor investiu para elevar o fornecimento e pode ser prejudicado novamente. "Qualquer setor trabalha sob o abrigo da lei. Como trabalhar nessas condições pelo terceiro ano consecutivo?". Em 2005, por causa da autorização do CMN metade da produção encalhou.
O delegado federal do MDA no RS, Nilton Pinho De Bem, acredita que não há ambiente para a reedição da autorização. Ele lembra que, em 2005, a aprovação do CMN foi ocasionada pela inexistência de oferta suficiente de semente. "Não há indisponibilidade de sementes."A Fetag espera um posicionamento até o dia 21 sobre o andamento do FAT Giro Rural. Não estão descartados protestos durante a Expointer.
(Correio do Povo, 12/08/2006)
http://www.correiodopovo.com.br/edicaododia.asp