Os motivos da morte do bebê são um mistério, bem como sua identidade, mas o caixão que o levou à eternidade permanece
intacto. A pequena caixa de madeira apareceu na manhã de ontem (10/08) e foi um dos responsáveis por aumentar ainda
mais a montanha de lixo acumulada na rua localizada próxima ao último portão do Cemitério Municipal. Restos mortais,
pedaços de caixões, roupas deterioradas, flores e outros objetos formam uma realidade que se transformou de inusitada em
crime ambiental, além de chocar quem a testemunha.
Além da montanha de detritos, o local possui mais surpresas
mórbidas. Na parte dos fundos do cemitério, próxima a árvores nativas, pedaços de papel, roupas e caixões também podem
ser facilmente encontrados. Um pouco mais longe, apenas as partes de ferro de um caixão são vistas em meio a restos de
cinza deixados pela queima do objeto. Dando continuidade à reportagem especial sobre caixões jogados e queimados a
céu aberto, chegou a hora de conhecer uma face diferente do local em que mais de 30 mil corpos já foram sepultados. Além
de ser uma situação que caracteriza crime ambiental, ninguém consegue explicar a origem do desrespeito às famílias e as
causas do aparecimento de caixões e até restos mortais a céu aberto.
(
Diário da Manhã- Carazinho, 11/08/2006)