As chuvas das duas últimas semanas serviram para amenizar a situação do sistema eletroenergético da Região Sul do país, segundo boletim divulgado ontem pela assessoria técnica da Secretaria de Energia, Minas e Comunicações. Conforme dados do Operador do Sistema Nacional – ONS – e da CEEE, a energia armazenada na área chegou a 31,84% no dia 10 de agosto – a média nos meses de junho e julho ficou entre 28% e 29%.

O crescimento de quase 3 pontos percentuais significa redução na transferência de energia do Sudeste para o Sul. Para comparar situações, a energia armazenada no Sudeste é de 67,40%. A carga da região Sul é de 8.287 megawatts (MW) médios, mas a produção de energia no dia 10 de agosto foi de apenas 2.886 – ou 34,83% da carga. A carga nacional é de 49.552 MW.

Preocupação
Segundo o secretário de Energia José Carlos Elmer Brack, a situação no RS continua preocupante, mas sem nenhuma ameaça ao abastecimento. “Não há risco nenhum de ocorrer qualquer problema”, reafirma ele. A carga do Estado é de 3.063 MW médios (6,18% do Brasil e 36,96% da região Sul). Deste total, a produção gaúcha de energia no dia 10 foi de 1.327,9 MW – ou 43,35% de carga. A transferência do sistema nacional chegou a 1.735,1 MW médios – ou 56,65% do total.

“A geração interna do estado que nos meses de junho e julho girava em torno de 30% da demanda total passou para 47% médios nos últimos dias”, afirmou Brack. O principal reservatório do RS, no Rio Jacuí, o Passo Real, atingiu no dia 10 o nível de 65,3% do volume útil.

Hoje, estão sendo transferidos do Sudeste para o Sul cerca de 5.600 MW médios.

Segundo o assessor técnico da secretaria, engenheiro Eberson José Thimmig Silveira, a transferência recorde bateu nos 5.800 MW às 6h40min do dia 12 de julho. A transferência pode chegar a 6 mil MW.
(Diário de Pelotas, 11/08/2006)
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