Stephen Hawking firmou-se como celebridade mundial com a divulgação de duas teorias a respeito do tempo e do Universo. O mesmo cérebro que descreveu os buracos negros resolveu apostar na engenharia genética, afirmando em entrevista que durante os últimos 2 milhões de anos, o instinto agressivo aumentou as chances de sobrevivência e reprodução dos humanos e que a disposição que as pessoas têm para atacar uns aos outros será extremamente perigosa enquanto a arma atômica for suficiente para destruir o mundo várias. A solução, em tese, seria a seleção darwiniana, que trataria de eliminá-la do DNA. Mas o processo natural é muito lento e, talvez, a engenharia genética seria o único caminho de fazer as pessoas menos destruidoras. Com modificações objetivas da herança genética, se poderia aumentar a complexidade do DNA e melhorar a espécie. Seria um processo gradual, porque a cada geração, as pessoas chegariam a maturidade para então se constatar os efeitos da modificação nos genes. Apesar da lentidão, esse é o único caminho para que os sistemas biológicos permaneçam superiores aos sistemas eletrônicos. (Época/77, 08/10)