Os bloqueios nas pontes fronteiriças que cidadãos argentinos promovem para protestar contra a instalação de duas fábricas
de pasta de celulose colocam, ontem e hoje (10/08), o Uruguai e a Argentina mais uma vez em lados opostos, dessa vez no Tribunal
Arbitral do Mercosul.
O julgamento, que se desenrola no edifício sede do Mercosul, em Montevidéu, é oral e conta com a apresentação de
testemunhas e relatórios técnicos de ambas as partes e os representantes de cada país deverão fazer em breve seus
respectivos comentários finais.
As audiências foram convocadas pelo Uruguai, que alega que os bloqueios nas pontes fronteiriças - iniciados em dezembro
de forma intermitente e logo se prolongaram por mais de 70 dias - violaram o Tratado de Assunção (fundador do Mercosul,
que garante a livre circulação) e causaram danos perto de US$ 400 milhões.
O tribunal tem prazo até 7 de setembro para anunciar sua decisão, que pode ser revista no Tribunal Permanente de revisão
do bloco regional, com sede em Assunção. As audiências, são confidenciais e as partes não podem dar declarações.
(
Gazeta Mercantil/AFP, 10/08/2006)