Embrapa lança projeto para recuperar áreas degradadas na bacia do rio Xingu
2006-08-10
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada
ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, lança hoje
(10/8), no município mato-grossense de Querência, um dos mais
ousados estudos ambientais já realizados numa região símbolo da
diversidade biológica e cultural brasileira, a bacia do rio Xingu.
Trata-se do projeto Recuperação de Áreas de Preservação Permanente
(APP) e de Boas Práticas Agropecuárias na Bacia do Rio Xingu. “ O
trabalho é um desafio, pois apesar de ser um território delimitado,
há uma diversidade e complexidade de diferentes processos de
degradação”, avalia a diretora-executiva da Empresa, pesquisadora
Tatiana Deane de Abreu Sá.
Conforme a pesquisadora, uma das vantagens do trabalho – também
chamado de projeto Xingu - é contar com uma rede muito bem
estruturada, formada por 13 Unidades Descentralizadas da Embrapa
(confira a lista abaixo) no desenvolvimento das pesquisas e
transferência de tecnologia. Além disso, com parcerias como o
Instituto Socioambiental (ISA), a Universidade Estadual do Mato
Grosso (Unemat) e também prefeituras, sindicatos e organizações
não-governamentais. “Hoje temos a oportunidade de validar modelos
voltados a recuperar os processos que levam à sustentabilidade do uso
da terra na região”, observa Tatiana ao lembrar que a bacia do rio
Xingu é uma das mais importantes da Amazônia brasileira, com uma
superfície de cerca de 51 milhões de hectares.
Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq), o projeto, com prazo de três anos, tem como
objetivo geral apoiar a Campanha ´Y Ikatu Xingu (Salve a Água Boa do
Xingu) na parte mato-grossense da bacia do Xingu. Temas como
diagnóstico e desmatamento, transferência de tecnologias voltadas
para a adoção do plantio direto, do manejo integrado de pragas e
ainda a promoção de técnicas para a transição agroecológica nos
assentamentos rurais da sub-bacia Suiá-Miçu compõem a lista de
objetivos específicos. Os recursos, repassados por meio do CNPq, são
da ordem de R$ 516,4 mil, sendo destinados aproximadamente R$ 150 mil
para contratação de bolsistas.
O coordenador do projeto, pesquisador Ladislau Araújo Skorupa, da
Embrapa Meio Ambiente (Jaguariúna-SP), se diz entusiasmado com o
trabalho. “Este projeto tem características especiais porque foi
construído de forma participativa, com representantes da região”,
explica Skorupa. Neste dia 9 de agosto, em Nova Xavantina, Skorupa e
representantes de outros centros de pesquisa da Empresa se reúnem com
pesquisadores da Unemat para discutir a parceria e estratégias de
trabalho. O lançamento está marcado para às 9 horas de
hoje (10/8), na Câmara Municipal de Querência - MT.
(Por Deva Rodrigues, Embrapa, 09/08/2006)
http://www.embrapa.br/