Grupo norte-americano oferece US$ 100 mil à China para acabar com abate de cães
2006-08-10
Um grupo de proteção aos animais americano disse nesta quarta-feira (09/08) que dará US$ 100 mil à China para vacinar os cães contra a raiva se o país se comprometer a parar imediatamente o sacrifício em massa destes animais em áreas onde humanos morreram da doença. "Há muitas maneiras melhores de controlar a raiva para promover a segurança de seus cidadãos, a boa reputação da China e o bem-estar dos cães", disse Wayne Pacelle, presidente da Sociedade Humanitária dos Estados Unidos, em um carta ao embaixador da China em Washington.
A ajuda financeira foi oferecida para ajudar a estabelecer um programa de controle da raiva em Jining, cidade na província costeira de Shandong, onde as autoridades mataram na semana passada milhares de cães depois que 16 pessoas morreram de raiva durante um período de oito meses. As autoridades abateram no mês passado mais de 50 mil cães em Mouding, na província de Yunnan, depois que a raiva matou três pessoas na região.
O sacrifício em massa de cães gerou fortes críticas por parte de grupos ativistas pelos direitos dos animais. O Peta (Pessoas pelo Tratamento Ético de Animais) pediu um boicote de produtos chineses.
Condição
A Sociedade Humanitária disse que o dinheiro só seria entregue caso a China concordasse em parar o sacrifício em massa de cães e aceitasse a ajuda do grupo para estabelecer um programa nacional de controle de raiva que tenha como base a vacinação. Segundo o governo, 70% das casas rurais possuem cães, mas apenas 3% deles são vacinados contra a doença.
O Beijing Morning Post reportou nesta quarta que Qingdao, uma grande cidade portuária na província de Shandong, estava realizando uma campanha para vacinar 40 mil cães entre agora e o fim de setembro. Segundo o jornal, os donos que não concordarem serão multados. O Ministro da Saúde chinês registrou 2.375 mortes em decorrência da raiva em todo o país no ano passado. A raiva é uma doença passada por animais contaminados com o vírus da doença. Ela ataca o cérebro e pode ser fatal, mas a doença pode ser prevenida por meio de vacinação.
(AP, 09/08/2006)
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