Discussões sobre a exploração de florestas plantadas foram foco de seminário em Bagé
2006-08-10
As discussões sobre a exploração de florestas plantadas na região foram o foco temático do 1º
Seminário Regional de Florestamento e Reflorestamento, ocorrido terça-feira(08/08), das 9h às 17h, no salão
de eventos do Obinotel.
Cerca de 70 pessoas participaram dos debates que tiveram a tônica da cautela e de posicionamentos
desfavoráveis aos projetos de Silvicultura que se encontram em implantação na região.
O painel apresentado pelo engenheiro agrônomo aposentado e ex-pesquisador da Embrapa, José Otávio
Gonçalves, teve especial destaque. O pesquisador analisou as influências negativas da atividade
florestal. Na sua opinião, os impactos negativos no ambiente mostram-se relevantes e as
modificações em relação à constituição de fauna e flora poderão ser incontornáveis.
As questões
levantadas no encontro abordaram, também, os aspectos trabalhistas e reflexos sociais da
atividade. O vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Bagé (STR), Milton Brasil,
manifestou-se a respeito dos trabalhadores da região. “O homem do campo está sendo obrigado a
se adaptar a essa atividade e nada garante que os resultados sejam positivos para esses
trabalhadores”, afirmou ao destacar o aumento das atividades informais e os problemas ligados
à saúde e à segurança do trabalho nesses projetos. “É preocupante”, alertou.
Nelson Wild em seu
painel, contou com a participação de lideranças da Fetag, entidade da qual é o 2o vice
presidente. De acordo com Wild, quem perseverar na produção animal, nos moldes de pecuária
familiar, poderá ver recompensados os seus esforços. “Esta é a tendência de consumo. Animais
sem hormônios, criados a campo nativo e com sanidade, terão a preferência do mercado consumidor”,
analisou.
Wild, que também é o presidente do STR, e conta com a experiência de muitas viagens e contatos
com diversas entidades ligadas à produção, expôs a posição da classe a respeito dos temas.
“Nossa posição é de cautela e de análise, com estes projetos as mudanças na matriz produtiva
da região são muito grandes e podem não dar certo. Temos que ter calma e estudar o assunto para
não provocar prejuízos à categoria”, ponderou.
(Por Cláudio Falcão, Jornal O Minuano, 09/08/2006)
http://www.jornalminuano.com.br/noticia.php?id=7553