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2006-08-09
O Projeto Tamar, voltado para educação ambiental e preservação das tartarugas marinhas, deve reduzir drasticamente as atividades na base da Barra da Lagoa a única do Sul do País. O motivo é a falta de dinheiro. Resultado de uma parceria entre o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e uma organização não-governamental, o projeto depende fundamentalmente de cotas de patrocínio. A não renovação do contrato com um dos maiores patrocinadores nacionais, confirmada este mês, está obrigando o projeto a um corte de custos, reduzindo as atividades e o quadro de funcionários a menos da metade.

Atualmente trabalham 14 pessoas na base de Florianópolis, oito delas já cumprindo aviso prévio. A base mantém um centro de recuperação para animais marinhos (que atende não só tartarugas), normalmente feridos por redes de pesca e anzóis. Outro trabalho importante é feito pelo centro de visitação, que recebe visitantes, entre eles estudantes de quatro escolas por dia.

"A agenda para atendimento das escolas está preenchida até outubro", informou o coordenador da base de Florianópolis do Tamar, Heron Paes e Lima. Além disso, os técnicos do projeto fazem saídas ao mar para estudar as tartarugas e trabalham com pescadores de Itajaí em testes para um tipo de anzol de pesca industrial capaz de capturar peixes sem ferir as tartarugas.

De acordo com o coordenador, o trabalho em Santa Catarina não vai parar, mas algumas atividades serão bastante reduzidas. "O trabalho com os pescadores vai ser o mais prejudicado, estamos reduzindo as saídas para economizar combustível e o centro de recuperação para os animais também terá dificuldades pela falta de pessoal", disse Lima. A única atividade que deve ser mantida no mesmo ritmo, mesmo com pessoal reduzido, é o centro de visitantes, com o trabalho de educação ambiental com as escolas, que está sendo priorizado. "Recebemos uma média de 1,5 mil visitantes por mês", informou o coordenador.

O contrato com um dos patrocinadores, o Centro Nacional de Pesquisa da Petrobrás (Cenpes), venceu no início do ano e desde então o pessoal do Tamar vinha negociando para renová-lo. "Até então vínhamos contornando o problema, mas agora fomos pegos de surpresa com a decisão de não renovar o patrocínio e teremos que demitir algumas pessoas e reduzir a estrutura", disse Lima. O coordenador está procurando grandes empresas com sede em Santa Catarina para que apóiem a base de Florianópolis do Tamar. Um dos projetos de patrocínio foi apresentado à empresa de energia Tractebel.

Base em Florianópolis, única no Sul, tem potencial turístico
O Tamar tem 21 bases no litoral brasileiro (18 delas funcionando o ano todo e três apenas nas épocas de desova), do Ceará a Santa Catarina. A base de Florianópolis é a única na região Sul e uma das 11 localizadas em locais de importante fluxo turístico, o que poderia melhorar as possibilidades de sustentabilidade econômica do projeto. "Contávamos com a combinação do trabalho de pesquisa e educação ambiental com o turismo para potencializar o projeto", contou o coordenador local.

As três bases que funcionam apenas durante o período de desova das tartarugas marinhas ficam na ilha oceânica de Trindade, na praia de Itaúnas, ambas no Espírito Santo, e em Mangue Seco(BA). Das 18 bases permanentes, outras duas ficam em ilhas oceânicas Atol das Rocas (RN) e Fernando de Noronha (PE). O Tamar conta ainda com uma base no Ceará, quatro em Sergipe, incluindo o Oceanário de Aracaju, outras quatro na Bahia, mais cinco no Espírito Santo, uma no Rio de Janeiro (Bacia de Campos) e uma em Ubatuba (SP), além da unidade em Florianópolis.

O projeto trabalha com a estratégia de "espécie-bandeira", em que o trabalho para preservação das tartarugas marinhas é reforçado pelo benefício que traz à comunidade. Os anzóis que evitam a captura acidental, por exemplo, reduzem o custo da indústria pesqueira, que tem prejuízo ao capturar uma tartaruga sem valor comercial no lugar de um peixe valioso de 200 ou 300 quilos.

Apenas três de cada mil tartarugas chegam à idade adulta
As tartarugas marinhas estão presentes em grande parte do litoral brasileiro, encontradas perto da costa ou, mais comumente, em alto mar. No litoral entre o Rio de Janeiro e a Bahia estão concentrados os principais pontos de reprodução, onde as tartarugas vão até a praia para colocar os ovos. A taxa de mortalidade infantil das espécies de tartaruga marinha é grande. Os biólogos estimam que, de cada mil filhotes, apenas dois ou três sobrevivam. Os demais acabam vítimas de predadores ou da interferência humana (poluição e pesca acidental).

De acordo com o Heron Paes Lima, o litoral do Sul do Brasil é importante como local de alimentação de passagem desses animais em direção ao norte. "Há uma área localizada no mar, distante da costa, conhecida como elevação de Rio Grande, que é uma grande área para a pesca industrial e também um local onde são encontradas muitas tartarugas marinhas, em razão da quantidade de alimento", explicou o biólogo. As espécies cabeçuda e de couro são mais comuns no alto mar. Já a tartaruga verde visita com freqüência os costões.

Todas essas espécies acabam sendo pescadas acidentalmente, seja pelos anzóis dos barcos industriais quanto pela redes (junto aos costões). Por isso o trabalho desenvolvido pelo Tamar junto aos pescadores é importante.
(Por Carlito Costa, A Notícia, 09/08/2006)
http://portal.an.uol.com.br/ancapital/2006/ago/09/1ger.jsp

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