Equipe de cientistas tenta trancafiar gás no fundo do mar
2006-08-09
Como o mundo anda rumo a uma população de 9 bilhões de pessoas em média na metade desse século, com pelo menos o dobro do gasto de energia, um modo vital para limitar o aquecimento global, segundo muitos cientistas, será capturar o dióxido de carbono emitido através de estações de força movidas a carvão. Mas o que você pode fazer com o acúmulo de dezenas de toneladas de gás?
Já sugeriram bombardear o dióxido de carbono para dentro da Terra ou no fundo dos oceanos. Mas ele pode escapar em ambos os casos. Atualmente uma equipe de pesquisadores propõe o que eles afirmam ser uma reposição sem-limites e de baixo risco de dióxido de carbono: os sedimentos do fundo do mar em profundidades e temperaturas que poderiam garantir que ele se mantivesse mais denso do que a água acima, e estaria lá trancafiado permanentemente.
O time escreveu na edição de segunda-feira (07/08) do semanal Proceedings of the National Academy of Sciences, e ao analisar dados físicos e químicos, a equipe identificou uma profundidade ideal das águas oceânicas e sedimentos que criam as condições de armazenamento necessárias.
A cerca de 10.000 pés de profundidade no fundo do mar, a temperatura tipicamente é de cerca de 35o e a pressão da água poderia fazer com que o dióxido de carbono líquido se transformasse em sedimentos poroso para se manter mais denso do que a água, segundo os pesquisadores.
Especialistas não envolvidos na análise, que foi parcialmente paga pelo departamento de Energia, afirmaram que a idéia dava esperanças mas que necessitaria de pesquisas de campo mais extensas. Outros observaram que o design e a construção da estação de força que poderia eficientemente capturar e comprimir o gás em um volume suficiente em último caso seria mais complicada do que encontrar um local para armazenar o dióxido de carbono.
O autor principal, Kurt Zenz House, graduado em Ciências da Terra por Harvard, afirmou que em última instância, o estudo mostrou que houve “uma opção de armazenamento de natureza estável e permanente que poderia conter uma boa parte do CO2”.
(Por Andrew C. Revkin, The New York Times, 08/08/2006)
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