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2006-08-09
Com a aproximação do período preparatório de áreas para a agricultura e a pecuária, os vários setores da sociedade, proprietários rurais, técnicos, políticos e instituições começam a se mobilizar para discutir como será recebido o impacto da expansão do setor e, mais ainda, como de fato será resolvida eficientemente a questão do desmatamento.

Dados oficiais colhidos no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o INPE, indicam que o Acre é um dos Estados da Amazônia Legal onde a chamada política preservacionista não foi além da que já vinha sendo praticada anteriormente.

Relativos aos últimos 11 anos, os dados do INPE indicam que houve uma queda brusca dos índices de desmatamento nos primeiros anos da série, ou seja, de 29.059 Km² em 1995 para 13.227 Km² em 1997. Este fato coincide com a edição de Medida Provisória em Junho de 1996, que aumentou a área de reserva legal nas propriedades rurais da Amazônia de 50% para 80%.

Embora tenha havido no Congresso Nacional uma luta intensa em torno do relatório Micheletto, aconteceu um processo natural de acomodação à nova legislação e os índices começaram a crescer significativamente até 2004, alcançando patamares próximos aos de1995.

Em 2005 aconteceu uma queda brusca no desmatamento. Devido às pressões internacionais, principalmente, o Governo, sob ameaças, tensões e mortes no campo, tomou medidas fortes de contenção da expansão agrícola e, consequentemente, do desflorestamento. Assim é que os dados estimados para 2005 apontam uma redução importante - 18.900 km² foram desmatados em toda a região, sendo que a maior redução se deu no estado de Mato Grosso.

O estado do Acre acompanhou a tendência da Amazônia, sem grandes diferenciações. Os movimentos foram praticamente os mesmos. Altas taxas no inicio, queda em virtude da MP, acomodação, crescimento e nova queda em 2005.

Mas algo merece registro. Separados em períodos referentes aos governos locais Orleir Cameli (1995-1998) e Jorge Viana (1999-2005), os dados revelam que mesmo incluindo o ano atípico de 1995, a média do período Orleir Cameli (634 km²) é um pouco menor que a média do período Jorge Viana (638 km²).

Além disso, a média do período Jorge é maior que 3 dos 4 anos do Governo Orleir.

Portanto, fica evidente que a média de desmatamento do Acre no período Jorge Viana, mesmo com a transferência de atribuições do IBAMA para o IMAC, é superior à média da Amazônia no mesmo período, ou seja, o Estado foi menos eficiente no combate ao desmatamento que a média regional. A taxa de desmatamento atual do Acre é maior que a de 5 (cinco) estados da região.

O conjunto de dados do INPE contradiz frontalmente os que teimam em empurrar para outros Estados a pecha de devastadores e destruidores. Os demônios da floresta estão por aqui mesmo em quantidade e atividade pelo menos igual à de outros estados da Amazônia Legal.
(O Rio Branco-AC, 09/08/2006)
http://www.oriobranco.com.br/caderno2.htm

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