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2006-08-09
Ao mesmo tempo em que o governo e os centros de pesquisa se empolgam com o biodiesel, o engenheiro mecânico Thomas Renatus Fendel, de Rio Negro (PR), defende que, ao invés de adicionar o óleo vegetal ao diesel, os motores de ciclo diesel devem ser adaptados para consumir o óleo puro.

No sábado (5/8), em palestra na 4ª Agrifam (Feira de Agricultura Familiar), o técnico afirmou que o biodiesel “é um engano”. “É a mesma coisa que adicionar álcool à gasolina para fazer biogasolina”. Daí sua tese de adaptar os motores ao óleo vegetal, que não polui e pode ser extraído de qualquer fonte, até mesmo do reaproveitamento de frituras.

Na opinião de Fendel, o biodiesel é uma solução paliativa, cara, complexa e sujeita ao oligopólio energético. Para sustentar sua tese, ele apresentou um automóvel Golf movido a diesel e adaptado para óleo vegetal.

Relatou ter andado 25 mil quilômetros com uma Saveiro que fazia 18 km/l com óleo de soja colhido em cozinhas de pastelarias. Falou ainda de automóveis tipo popular que podem fazer até 30 km/l com óleo vegetal.

Mercado aos “pequenos”
A principal proposta do engenheiro é abrir o mercado energético para o pequeno produtor, dentro da mesma idéia defendida pela Fetaesp ao trazer a microdes-tilaria de álcool à Agrifam.

“Nós temos os motores e os meios para convertê-los a queimar os óleos de produtos que hoje exportamos in-natura. Vamos processar isso tudo aqui”, propõe.

Formado pela Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá (hoje Unesp), o palestrante é apaixonado pelas inovações. Ganha a vida produzindo máquinas especiais para a indústria e a agricultura mas, paralelamente, trabalha em seus inventos.

Já produziu uma motocicleta econômica, trabalha em processos de geração de energia e recuperação de calor e diz que sua paixão é substituir os combustíveis fósseis pelo óleo vegetal, álcool, biogás e outros.

Seu trabalho está exposto no site www.fendel.com.br

Gerar (e vender) energia
Fendel revelou aos presentes à sua palestra que há 12 anos mantém uma pequena microusina de eletricidade que gera 10 kW/h e que injeta, clandestinamente, essa eletricidade na rede. Sua esperança é conseguir desenvolver um processo de co-geração e receber por isso.

Sua tese é de que pequenas usinas particulares sejam autorizadas a funcionar no período das 18h às 21h ou 22h — período quando ocorre o pico de consumo.

Para gerar essa energia, as usinas usariam óleo vegetal, lenha ou qualquer outro combustível de biomassa, aproveitando-se o calor do radiador e dos escapamentos do motor para aquecer água.

“Isso, num hotel ou empresa, representa uma grande economia e seria a garantia de abastecimento no horário de pico”, defende.

Pelo sistema os pequenos produtores venderiam eletricidade no pico e a comprariam na baixa demanda.
(Por Jair Aceituno, Bom Dia Bauru, 07/08/2006)
http://www.bomdiabauru.com.br/index.asp?jbd=3&id=87&mat=36904

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