A estiagem prolongada dos últimos 50 dias e o quadro de deficiência hídrica com chuvas escassas e ainda mal distribuídas
que se acentua desde dezembro de 2005 já provocaram perdas estimadas em R$ 1,86 bilhão aos produtores rurais do
Paraná, anunciou em relatório o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura do Paraná. O
levantamento acompanha 28 diferentes culturas.
A região norte do estado foi a mais afetada pela seca, acumulando perdas de R$ 576,26 milhões. No total, a produção de
grãos do Paraná foi reduzida em 18% ou 5,22 milhões de toneladas devido aos fatores climáticos, resultando numa safra
estimada em 23,85 milhões de toneladas diante de um potencial produtivo de 29 milhões de toneladas.
A soja é a maior responsável por este valor perdido, com R$ 1 bilhão. Na atual safra, a área plantada teve queda de 5,8%
mas a produção estimada será apenas 2,3% menor do que a registrada durante a safra 2004/05 porque os produtores rurais
conseguiram melhorar a produtividade da lavoura em cerca de 4%, atingindo 2 mil 389 quilos por hectare. Nessa cultura, nas
perdas isoladas por município, o maior prejuízo ocorreu em Toledo (região oeste do estado) com prejuízos de cerca de
R$ 211 milhões.
Nas duas safras de milho (normal e safrinha), as perdas para os agricultores atingiram a R$ 410, 6 milhões. A safra normal
foi mais prejudicada em Francisco Beltrão (região sudoeste), com prejuízos de R$ 118 milhões. Já a safrinha foi mais
prejudicada em Londrina, com perdas de R$ 29,2 milhões. Embora a safra de trigo ainda não tenha sido concluída, a cultura
já provoca perdas de R$ 144 milhões no estado com quebra de 20%. Por enquanto, o município mais afetado é Cornélio
Procópio (região norte), que deixará de colher o equivalente a R$ 76 milhões.
(Por Norberto Staviski,
Gazeta Mercantil, 07/08/2006)