Moradores de bairro em Rio Grande pedem indenização da Corsan pelo mau-cheiro provocado por estação de tratamento
2006-08-07
Os moradores do Parque Marinha estão cobrando uma posição da Corsan pelos danos que causou
à comunidade. Segundo a moradora do bairro, Carmen Valente, há três anos que a comunidade sofre
com o mau cheiro e a presença de mosquitos, problema que, segundo eles, originou logo após a
implantação da Estação de Tratamento Navegantes (ETN). Segundo ela, os imóveis no bairro
desvalorizaram após o incidente e os moradores gastaram quantias consideráveis com inseticidas
para combater os mosquitos.
"Por muito tempo, nós tivemos que ficar em casa, pois não conseguíamos, por exemplo, tomar
chimarrão na rua por causa dos mosquitos. Além disso, tínhamos que manter as portas e janelas
fechadas, porque gastávamos muito em inseticidas. Muitos moradores venderam suas casas e
estabelecimentos comerciais, enquanto outros reclamam a desvalorização de seus imóveis",
argumenta. Para tratar do caso, a comunidade do Parque Marinha se reunirá na segunda-feira (07/08), às 20h, na sede da Associação de Moradores com o Ministério Público (MP).
Na ocasião, a promotoria irá conversar com os moradores, ouvindo reclamações e considerações.
Segundo o promotor de Justiça Especializada, Francisco Simões Pires, a reunião servirá para
escutar depoimentos de moradores e levar suas considerações até a Corsan. "O desejo dos
moradores é que a Corsan desempenhe sua ação social através de uma indenização. Eles alegam que
a comunidade sofreu muito tempo com a presença dos mosquitos e o mau cheiro, que motivaram
diversas manifestações e reivindicações", diz. "Uma solução seria a construção de locais
públicos para a prática de esportes e lazer, como ginásios e praças", pondera.
Quanto às valetas que ocasionam o constante mau cheiro no bairro, o promotor explica que uma
ação entre Prefeitura e Corsan, que estava em estudo, poderá solucionar o problema, mas até
agora nenhuma ação foi tomada. O assunto também está na pauta da reunião.
(Por Mônica Caldeira, Jornal Agora, 04/08/2006)
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