A autorização da Royal Dutch Shell para o desenvolvimento de jazidas de petróleo e gás na ilha de Sakalina será impugnada
nos tribunais por um ministério russo. Esta é a segunda tentativa do governo, em dois dias, de atrasar o projeto de US$ 20
bilhões. O Ministério de Recursos Naturais prevê o envio de um grupo dirigido pela Shell para revogar as licenças de
desenvolvimento das jazidas de Pilton-Astokhskoye e Lunskoye, informou o órgão em um comunicado.
O ministério também informou que a Shell deve suspender a construção de um oleoduto que faz parte do projeto, até que
sejam concluídos os estudos sobre seus efeitos para o meio ambiente e a segurança. Um atraso comportaria o risco de
aumento dos custos do projeto e poderia incentivar a OAO Gazprom a participar da sociedade.
As jazidas são essenciais para o projeto da Shell, pois seriam utilizadas para abastecer a primeira instalação de gás natural
liquefeito da Rússia, e um terminal de exportação de petróleo que estão sendo construídos mais ao sul da ilha, em uma
zona livre de gelo.
Este ano, o Ministério dos Recursos Naturais já apresentou queixas sobre o desenvolvimento da jazida de Kharyagha pela
empresa Total, no Ártico. O ministério disse em junho que multaria a empresa francesa por não ter corrigido as infrações.
A Gazprom vem negociando com a Shell para assegurar pelo menos uma participação de 25% em Sakalina para obter em
troca uma participação de 50% na jazida de Zapolyarnoye na Sibéria. A Shell tem uma participação de 55% na Sakhalin
Energy Investment; a Mitsui & Co. 25% e a Mitsubishi Corp. 20%.
(
Gazeta Mercantil/Bloomberg News, 07/08/2006)