(29214)
(13458)
(12648)
(10503)
(9080)
(5981)
(5047)
(4348)
(4172)
(3326)
(3249)
(2790)
(2388)
(2365)
2006-08-07
Se o potencial de utilização de espécies nativas da Amazônia para fins madeireiros fosse estudado há mais tempo e mais profundamente, o rol de espécies processadas pelas indústrias poderia, no mínimo, duplicar. A afirmação é do pesquisador do Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia (Imazon), Paulo Amaral, que desenvolve projetos de pesquisa em manejo florestal de espécies madeireiras e não-madeireiras no estado do Pará.

"Hoje, exploramos uma pequena parte do que a floresta pode dar. A viabilidade do manejo tem uma relação direta com a capacidade de uso múltiplo da floresta, mas para se conseguir isso é preciso que vez mais descobrir o potencial de novas espécies”, aponta.

Questão geralmente periférica nos debates sobre a economia da madeira, as escassas pesquisas sobre manejo florestal e silvicultura constituem uma fragilidade que exige atenção urgente. Pesquisar a ecologia e o manejo de árvores exige dedicação de décadas, o que já está gerando um conflito entre o conhecimento disponível e a velocidade com que a exploração madeireira vem se expandindo na Amazônia.

Para estudar a ecologia de espécies florestais é preciso uma série de observações que demandam longo tempo, como distribuição geográfica, características de solo e clima, tempo de floração, frutificação, relação com as mudanças climáticas, dispersão de sementes, entre outros fatores. Tudo isso é necessário para que se possa indicar a época de extração, intervalo de tempo e número de indivíduos que devem ser deixados por área e as pesquisas sobre uma única podem demandar a dedicação de 10 anos de estudos.

Segundo Amaral, as universidades estão cada vez mais estão longe dessas pesquisas por não terem orçamento nem pessoal suficientes para isso, e os órgãos doadores e financiadores de pesquisa exigem resultados a curto prazo. E alerta: “se estivermos pensando no manejo mais ecologicamente correto, esses estudos são fundamentais”.

Reflorestamento também carece de pesquisa

Para o engenheiro florestal e pesquisador da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) Rubens Rondon, além da ecologia das espécies florestais é necessário investir em estudos sobre sua silvicultura, ou seja, as possibilidades de plantio em escala comercial e de tratamentos para recomposição de áreas manejadas, uma saída para alimentar a demanda da indústria e evitar a sobre-exploração de espécies.

O professor da Unemat também diz que é difícil garantir financiamento para uma pesquisa que pode levar 15 anos para apresentar resultados significativos. Para ele, o investimento só será viável quando houver sinergia entre instituições de pesquisa, de fomento e setor privado. “As grandes empresas de reflorestamento do Sul e Sudeste já fazem isso, e na agropecuária o Centro-Oeste também faz isso com competência, mas em se tratando do setor madeireiro a relação é praticamente inexistente”.

Rubens Rondon acredita no reflorestamento como uma alternativa para o futuro, mas pelas características da produção de conhecimento na área florestal, os investimentos em pesquisa já deveriam ter começado. Ele afirma que a produção de madeira através de plantio comercial é superior à de origem extrativista. “Isso é muito interessante, não só do ponto de vista econômico como o ambiental, porque se diminui a pressão sobre as florestas nativas”.

É para isso que a Unemat de Alta Floresta têm trabalhado, ainda timidamente. No viveiro do curso de Engenharia Florestal há pesquisas em andamento com 20 espécies, entre nativas e exóticas, especialmente os pinus tropicais e algumas espécies de eucaliptos. O trabalho está em fase inicial, com implantação de laboratórios e pequenos plantios de campo.

“Hoje o ICMS de Alta Floresta depende cerca de 60% do setor florestal. Daqui a pouco a floresta vai acabar, e o que vai acontecer se não se encontrar uma outra atividade econômica rapidamente?”, reflete Rubens, afirmando que o objetivo das pesquisas da Unemat é selecionar espécies para programas de plantio comercial na região. “Queremos dizer aposte nesta que vai dar certo”, e completa: “Se o Mato Grosso quiser manter sua arrecadação florestal, tem que investir em pesquisa”.
(Manejo Florestal, 03/08/2006)

desmatamento da amazônia (2116) emissões de gases-estufa (1872) emissões de co2 (1815) impactos mudança climática (1528) chuvas e inundações (1498) biocombustíveis (1416) direitos indígenas (1373) amazônia (1365) terras indígenas (1245) código florestal (1033) transgênicos (911) petrobras (908) desmatamento (906) cop/unfccc (891) etanol (891) hidrelétrica de belo monte (884) sustentabilidade (863) plano climático (836) mst (801) indústria do cigarro (752) extinção de espécies (740) hidrelétricas do rio madeira (727) celulose e papel (725) seca e estiagem (724) vazamento de petróleo (684) raposa serra do sol (683) gestão dos recursos hídricos (678) aracruz/vcp/fibria (678) silvicultura (675) impactos de hidrelétricas (673) gestão de resíduos (673) contaminação com agrotóxicos (627) educação e sustentabilidade (594) abastecimento de água (593) geração de energia (567) cvrd (563) tratamento de esgoto (561) passivos da mineração (555) política ambiental brasil (552) assentamentos reforma agrária (552) trabalho escravo (549) mata atlântica (537) biodiesel (527) conservação da biodiversidade (525) dengue (513) reservas brasileiras de petróleo (512) regularização fundiária (511) rio dos sinos (487) PAC (487) política ambiental dos eua (475) influenza gripe (472) incêndios florestais (471) plano diretor de porto alegre (466) conflito fundiário (452) cana-de-açúcar (451) agricultura familiar (447) transposição do são francisco (445) mercado de carbono (441) amianto (440) projeto orla do guaíba (436) sustentabilidade e capitalismo (429) eucalipto no pampa (427) emissões veiculares (422) zoneamento silvicultura (419) crueldade com animais (415) protocolo de kyoto (412) saúde pública (410) fontes alternativas (406) terremotos (406) agrotóxicos (398) demarcação de terras (394) segurança alimentar (388) exploração de petróleo (388) pesca industrial (388) danos ambientais (381) adaptação à mudança climática (379) passivos dos biocombustíveis (378) sacolas e embalagens plásticas (368) passivos de hidrelétricas (359) eucalipto (359)
- AmbienteJá desde 2001 -