Alterado projeto de leitos de secagem de resíduos da ETA de Rio Grande
2006-08-04
A Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) modificou o projeto de construção de leitos de secagem do material
lodoso (resíduos) resultante da limpeza dos filtros e decantadores da sua Estação de Tratamento de Águas (ETA), situada
às margens da RS-734. A obra inicial previa a construção de um reservatório com capacidade para 200 metros cúbicos e
quatro leitos de secagem. O novo projeto, em execução, consiste em um reservatório de circulação de 29 metros de
diâmetro por cinco de profundidade, com capacidade útil para 2000 metros cúbicos, e dois leitos de secagem. A mudança se deveu ao nível do lençol freático que é alto no local.
A conclusão da obra, prevista para agosto, deverá ocorrer só em outubro, conforme o engenheiro civil Hélio Alvarez, da Corsan. A estrutura para destinação final dos lodos da ETA, feita em um terreno em frente à Estação, tem como finalidade resolver o problema ambiental causado pelos transbordamentos da bacia de decantação antiga. Efluentes líquidos com sulfato de alumínio eram descartados nas áreas de preservação do entorno da Lagoa Verde, prejudicando marismas e banhados de água doce. O reservatório, em construção, será todo (fundo e paredes verticais) de concreto armado. Receberá o material lodoso da ETA e depois passará para os leitos de secagem, por bombeamento. Conforme o engenheiro, os dois leitos, que receberão uma camada de gel membrana de um milímetro de espessura no fundo para evitar qualquer contaminação do lençol freático, são suficientes para tratar todo o efluente. Também contarão com drenos e caixas coletoras. A lavagem de um decantador da ETA é feita a cada 20 dias e libera 1.400 metros cúbicos de água com resíduos, direcionados ao reservatório da área de destinação final do lodo.
Depois a água vai para um dos leitos de secagem e, quando limpa, volta para tratamento na ETA como água bruta. O lodo desidratado que fica no leito de secagem, é raspado e descartado na área da Estação de Tratamento, ao longo do canal, pois não oferece risco ao meio ambiente. Hélio Alvarez explicou que enquanto um dos leitos estiver sendo utilizado, o outro será limpo. A área do reservatório e leitos de secagem deverá ser cercada posteriormente, para evitar riscos à população e roubos. O cercamento será objeto de um novo projeto, pois o atual não contempla essa ação. O espaço do processo antigo, responsável por problemas ambientais, foi limpo e deverá ser usada para ampliação do projeto quando aumentar a vazão de tratamento da ETA. A obra inicial estava orçada em R$ 1,5 milhão. Com a alteração, deve chegar a R$ 1,7 milhão. Enquanto o projeto não é concluído, é utilizado o processo antigo.
(Por Carmem Ziebell, Jornal Agora, 03/08/2006)
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