Companhia instala armadilhas para localizar mexilhões no Rio dos Sinos
2006-08-04
Um mergulhador inseriu na canalização de entrada de água da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa), na divisa
entre os bairros Santo Afonso e Lomba Grande, duas armadilhas para verificar a existência de mexilhões dourados — que
entopem tubulações — no Rio dos Sinos. Cada isca é numerada e formada por tijolo, cano de PVC, cordas e uma chapa de
ferro. O equipamento permanecerá no local por 30 dias. Coordenado pelo Instituto Martim Pescador, em conjunto com
entidades ambientais e civis, a expedição já detectou a presença do molusco em Canoas e Sapucaia do Sul (apenas em
pneus e dragas abandonadas).
Para o presidente da Comusa, Wilson Ghignatti, essa é uma ação preventiva que permitirá ter uma indicação, por meio dos
equipamentos, se existem ou não mexilhões nos pontos de canalizações de água. “Temos a esperança que não seja
encontrado. O mexilhão é uma praga. Acredito que estaremos isentos, pois existe pouco tráfego de embarcações aqui”,
ressalta. Ghignatti salienta que, em caso positivo, serão tomadas diversas medidas para solucionar o problema. A origem do
mexilhão dourado (molusco em formato de uma pequena concha) é chinesa e, provavelmente, foi trazido para o Brasil em
cascos de navios.
PREJUÍZOS - Segundo a bioquímica Vania Viera, o molusco não causa danos para a saúde humana, entretanto,
traz prejuízos às tubulações para captação de água. O mexilhão fica fixo no local e ao se agrupar reduz o diâmetro dos
canos até entupir. Vania destaca que estudos descobriram que existe um predador natural do mexilhão na China que pode
ser importado, mas há um receio que a introdução deste animal possa causar desequilíbrio ambiental. Outra solução para o
combate à praga seria o uso do produto químico dióxido de cloro. “Hoje, o dióxido já é usado no tratamento convencional da
água. Se o mexilhão for encontrado, o produto pode ser colocado na entrada de água”, explica.
Ao colocar as armadilhas na área de captação da Comusa, o mergulhador profissional Darci Matos, 42, informou que apenas
verificou a presença de microorganismos normais. Para o próximo mês, o Instituto Martim Pescador realizará uma expedição
no Rio Caí.
(Jornal NH, 04/08/2006)
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