A Usina Termelétrica Pioneiros - UTE Pioneiros com capacidade para produzir 142.300 megawatts (MW/h) por ano,
localizada no município de Sud Menuucci, região de Araçatuba (SP) também vai utilizar como combustível o bagaço de cana
na produção da energia, integrando o sistema de cogeração de eletricidade.
O projeto que começou a ser desenvolvido em 2000, pela Pioneiro Bioenergia S/A, passou por várias etapas, conforme o
superintendente, Celso Junqueira, e só agora pode ser concluído. "Investimos cerca de R$ 70 milhões para garantir a geração
de energia e esperamos que novos incentivos, por parte de órgãos do setor, nos dêem subsídios para investir maisna nova
unidade", disse.
Ainda de acordo com o executivo, os principais fatores que foram considerados para o investimento, são: o aumento do
consumo de álcool combustível, uma vez que 70% dos veículos vendidos no Brasil no ano de 2005, já possuíam o motor
bicombustível, o aumento do consumo de energia e a possibilidade de exportação.
Com capacidade de produ ção de 120 kilowatts/hora por tonelada de cana (kW/h/tc), podendo alcançar excedentes de
energia elétrica na ordem de até 95 kW/h/tc, a estimativa de fornecimen to de 142.300 MWh por ano para a planta hoje
instalada, é suficiente para abastecer duas cidades do tamanho de Olinda, em Pernambuco, ou ainda 42 municípios da
região de Araçatuba, no noroeste do estado de São Paulo. A empresa Pioneiros Bioenergia, que iniciou as atividades na
década de 80, inseriu em seu processo industrial a cogeração de energia elétrica a partir do bagaço de cana (bioeletricidade),
tornando o processo ambiental e economicamente sustentável. Nesta planta, auto-produtora de energia elétrica, a capacidade
de geração não ultrapassava 17kWh/tc.
Com a aplicação de tecnologia de ponta, foi possível atingir tais números de produção que, agora, serão repassadas ao
Sistema Interligado Nacional (SIN), através da venda à estatal Eletrobrás.
Para o Celso Junqueira, usinas como essa precisam de mais incentivo. "Precisamos maximizar as usinas para suprir a
crescente demanda e com preços que poderiam chegar num nível de R$ 150 o MW contra os R$ 130 atuais. Sendo assim
poderemos dobrar a capacidade de geração até 2008", avaliou o executivo.
Considerando que as usinas termelétricas não têm a mesma capacidade geradora de uma hidrelétrica, torna a bioletricidade
uma das opções mais baratas e viáveis para a geração de energia porque não poluiu o meio-ambiente.
Uma usina hidrelétrica demanda a inundação de uma vasta área, para a ocupação de seu reservatório de água, e provoca um
impacto ambiental. Com esses benefícios a empresa pretende investir R$ 150 milhões em uma nova unidadeem Ilha Solteira
(SP) .O início da obra depende apenas concessão da licença ambiental.
(Por Ivonéte Dainese,
Gazeta Mercantil, 04/08/2006)