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2006-08-04
O programa Paraná Biodiversidade já completou os investimentos em 32 dos 40 módulos de pequenos agricultores envolvidos na criação de módulos agroecológicos, o que representa 80% do total. Os oito que faltam serão concluídos até o fim do ano.

Os módulos são compostos por 20 pequenos agricultores, que recebem recursos e orientação do governo estadual para implantarem práticas ambientalmente corretas em suas terras.

Um exemplo é a iniciativa num assentamento no município de Inácio Martins, região central do Paraná. “Eles faziam carvão e agora estão cultivando plantas medicinais”, contou Erich Schaitza, coordenador do programa.

O Paraná Biodiversidade é financiado pelo Banco Mundial, que aprovou U$ 8 milhões para apoiar a iniciativa. O governo paranaense se comprometeu a contribuir com R$ 24 milhões. O programa começou a ser implementado em 2003 e já liberou R$ 2,1 milhões para 600 agricultores implantarem projetos de cultivo florestal e criação de abelhas, por exemplo. No total, até agora o governo estadual já desembolsou R$ 6,8 milhões e o Banco Mundial, R$ 4 milhões.

Os investimentos nas propriedades rurais são divididos entre os proprietários e o programa – cada parte coloca metade dos recursos necessários. Os pequenos agricultores não precisam pagar o financiamento, mas se comprometem a recuperar a mata, plantando espécies nativas em suas propriedades.

“No caso de Inácio Martins, estamos adquirindo uma estrutura de processamento industrial das ervas medicinais. As pessoas vão ganhar dinheiro com isso e, em contrapartida, recuperam a mata da região”, afirmou Erich Schaitza.

Os módulos agroecológicos são um bom exemplo de combinação de preservação ambiental e desenvolvimento econômico. “Identificamos 40 grupos de 20 agricultores que vão servir de exemplo de produção diferente em suas regiões”, afirmou Schaitza. “Cada módulo é um econegócio, com propriedades ecologicamente corretas, que produzem bem, usam pouco ou nenhum agrotóxico e têm árvores nativas”, explicou.

Crédito de carbono

O objetivo é converter propriedades para que sirvam de modelo alternativo à monocultura e à degradação ambiental. Entre os projetos que serão implantados até o final do ano, há dois de “captura de carbono” com cultivo florestal, iniciativa pioneira no país.

“Estamos reunindo 180 pequenos agricultores da região de Paranavaí, onde há monocultura da cana e pecuária extensiva. Reflorestamos áreas misturando espécies de rápido crescimento e espécies nativas”, contou Erich Schaitza. “Vamos pedir ao governo federal que nos inclua nos projetos que vão participar do mercado de crédito de carbono”, adiantou.

O mercado de crédito de carbono está previsto no Protocolo de Kyoto, em que países assumem iniciativas na área ambiental. Uma delas cria um mecanismo em que grandes empresas poluentes poderão comprar títulos emitidos por projetos de conservação ambiental, “compensando” sua poluição com o financiamento de projetos “limpos”.

Outra linha de ação do programa são os Corredores de Biodiversidade. Áreas ambientalmente preservadas estão sendo interligadas, possibilitando o trânsito de espécies e aumentando a biodiversidade.

“Os corredores são a coroação de tudo o que estamos fazendo”, afirmou Erich Schaitza. Essa iniciativa já inclui mais de 2 milhões de hectares. Além de garantir o trânsito de animais, o programa também está plantando florestas de araucárias. “Definimos regiões com raios de 20 quilômetros e trocamos sementes entre elas. Com isso aumentamos a base genética nas áreas, aumentando a diversidade da espécie”, disse o coordenador do programa.
(Portal do Meio Ambiente PR, 03/08/2006)

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