Para dez famílias passo-fundenses, a quarta-feira (02/08) foi especial. O dia ficou marcado como o
primeiro trabalho em grupo dos papeiros da vila Entre Rios. Em parceria com o Comitê da
Cidadania e a prefeitura, a associação foi fundada na segunda-feira (31/07). Já no início das
atividades, os moradores ganharam um caminhão com 700 quilos de papel, encaminhados pela
Universidade de Passo Fundo. O material foi descarregado no meio da tarde, no galpão da vila.
O trabalho começou cedo para as famílias. Antes das 7h saíram atrás de material reciclável pelas
ruas de Passo Fundo. Ao meio-dia, todos retornaram e já depositaram a quantia no galpão da
Entre Rios. Com a chegada do caminhão, os integrantes do grupo passaram a separar os resíduos.
No final da tarde, a quantia foi vendida diretamente para indústrias de reciclagem.
Papeleira há 32 anos, Lurdes Soares, de 59 anos, comemorou os resultados do primeiro dia. Ela,
que ganhava no máximo R$ 8 antes da formação do grupo, faturou quase o dobro ontem. "Além do
apoio de empresas, instituições e empresas que encaminham material reciclável, estamos vendendo
direto para as recicladoras", explica. O dinheiro arrecadado foi dividido no final da tarde
entre as famílias integrantes do projeto.
A proposta é aumentar o número de colaboradores. De acordo com uma das idealizadoras do projeto,
dona Heloísa Almeida, a UPF confirmou que repassará uma carga por semana. "Esse projeto de
organizar os papeleiros era uma vontade antiga nossa. Agora queremos novos parceiros para
melhorar um pouco a vida dos papeleiros", afirma. As empresas que quiserem colaborar com a
iniciativa podem entrar em contato com o Comitê da Cidadania, através do telefone 3311 1038. Com
um caminhão fornecido pela prefeitura, uma equipe vai até o local, carrega o material e leva
até o galpão da Entre Rios.
Instalação em outros bairros depende de pavilhões
Há planos para o programa ser implantado em outros quatro bairros. Entretanto, tudo depende da
construção dos pavilhões. A vila Entre Rios é a única que já tem o galpão.
As famílias da vila Cruzeiro devem ser as próximas a receber o apoio. Conforme dado da
Secretaria de Serviços Urbanos, mais de quatro mil passo-fundenses passam os dias atrás de
garrafas, latas e papéis. Em média, os papeleiros ganham R$ 50 por semana.
(
O Nacional , 03/08/2006)