A multinacional Solae lançou, na quinta-feira (03/08), um programa de incentivo ao plantio de soja convencional no Rio Grande do Sul. A empresa, resultado de uma parceria entre a Bunge e a Dupont em 2003, atua na comercialização de ingredientes para indústria alimentícia. A soja é a sua principal matéria-prima.
Geovane Consul, diretor de manufatura para a América Latina e a África do Sul relata que o programa conta com o apoio do governo do Estado e de algumas cooperativas gaúchas. Ele afirma que o principal motivo que levou a Solae a propor o programa de incentivo é a rejeição de empresas e de consumidores aos produtos transgênicos. Há dez anos, as mesmas Bunge e a Du Pont, juntamente com Monsanto e Cargill, apóiam e investem no plantio de soja transgênica.
"E principalmente no Brasil, devido à legislação que exige a rotulagem dos produtos transgênicos e a rotulagem gerar, por parte do consumidor final, rejeição, as empresas optaram por mudar sua linha de produção e usar somente sementes convencionais. O que faz com que nós também usemos este sistema", relata.
O programa de incentivo lançado pela Solae oferece ao agricultor financiamento e assistência técnica. Os produtores também terão acesso a fertilizantes e defensivos agrícolas mais baratos do que os vendidos no mercado.
Itens que, na opinião da pesquisadora mexicana Silvia Ribeiro, do Grupo de Ação sobre Erosão, Tecnologia e Concentração, estão relacionados. Silvia analisa que o plantio de transgênicos somente foi impulsionado porque as empresas queriam vender agrotóxicos. No entanto, agora que as multinacionais viram que os grãos geneticamente modificados rendem menos do que os convencionais, elas estão recuando para o sistema antigo. Mas sem deixar de lado o uso de venenos e de adubos químicos.
A Solae é líder mundial de fornecimento de ingredientes alimentícios a base de soja.
(Por Raquel Casiraghi, Agência Chasque de Notícias, disponível em
Ecoagência , 02/08/2006)