O Instituto Totum Sustentabilitas e o Banco Sumitomo Mitsui Brasileiro anunciaram ontem (02/08) uma parceria estratégica
para operar no mercado brasileiro de créditos de carbono, que atualmente é responsável pela geração de negócios em torno
de US$ 300 milhões por ano. O Sumitomo vai oferecer crédito às empresas japonesas que queiram investir em projetos de
redução de gases de efeito estufa (GEE) no Brasil e o Instituto Totum será responsável por buscar os negócios na área.
Segundo o sócio do Instituto, Marco Antonio Fujihara, as principais empresas japonesas interessadas na compra de créditos
de carbono são as geradoras de energia elétrica - cuja produção tem base na queima de combustíveis fósseis, altamente
geradores de gases de efeito estufa. "Só as elétricas japonesas precisam reduzir 363 milhões de toneladas de carbono
equivalente ate 2012", diz. Companhias dos setores de aço, químico, petróleo e gás e até de cimento são potenciais
investidoras. "A necessidade total de redução de emissões do Japão até 2012 é de 615 milhões de toneladas de carbono
equivalente", diz.
Segundo Fujihara, os investimentos das empresas japonesas devem ocorrer prioritariamente por meio de fundos de créditos
de carbono. "Esses fundos têm previsão de entregar 140 milhões de toneladas de créditos de carbono originados de projetos
em países em desenvolvimento até 2012, ou seja, a demanda supera em muito a oferta", afirma.
Segundo o especialista, dentre os países que aderiram ao Protocolo de Kyoto, o Japão é o que tem maior necessidade de
reduzir as emissões de GEE, embora o maior poluidor do mundo seja os Estados Unidos, que não aderiram ao acordo.
O Protocolo de Kyoto é um acordo internacional que obriga os países desenvolvidos a reduzir suas emissões de gases de
efeito estufa como alternativa para enfrentar o aquecimento climático. Entrou em vigor em fevereiro de 2005 e foi ratificado
por 163 países que representam cerca de 61% das emissões dos seis principais gases de efeito estufa. Ele impõe até 2012
reduções nas emissões que variam segundo os países industrializados.
(Por Denise Juliani,
Gazeta Mercantil, 03/08/2006)