A Ventos do Sul entrou no mês de agosto lidando para montar o 37º aerogerador do Parque Eólico de Osório. A tática do momento é deixar tudo preparado para montar o que for possível ao amanhecer, antes que comece a ventar mais forte.
Mas nem sempre dá tempo de completar as operações, pois nessas bandas o vento é enganador. Às vezes o dia começa sereno, como se o vento estivesse de folga. Então o pessoal engancha rapidamente as peças que precisam subir e manda brasa para o topo da torre em montagem. Nem sempre as coisas correm como o esperado. Quando a carga dos guindastes dá uma leve balançada no meio da subida, o computador dá o sinal e volta tudo à estaca zero.
Na manhã desta terça-feira, 1º de agosto, às oito da manhã, não havia mais do que uma aragem na várzea onde estão os três guindastes da Zandoná, mas perto dali os aerogeradores já ligados à rede da CEEE faziam 10 rotações por minuto, sinal de que a 100 metros de altura o vento já era suficiente não apenas para fazer girar as hélices dos supercataventos, mas para embargar as tarefas de montagem.
É preciso ter muita paciência pra trabalhar nessa obra, mas os responsáveis por ela estão aparentemente satisfeitos. Dia desses, falando para o programa Olho Vivo, da Rádio Osório, o engenheiro João Junqueira disse que o pessoal da montagem da usina eólica está três vezes mais rápido do que no início da obra, quando nenhum brasileiro tinha experiência no ramo.
Durante o mês de agosto e boa parte de setembro vai ser possível olhar bem de perto o trabalho dos montadores dos aerogeradores. É que dois dos três superguindastes da Zandoná estão trabalhando no prolongamento da Avenida Getúlio Vargas, no extremo sul do perímetro urbano de Osório, onde se conectam as rodovias RS-030 (Taquara-Tramandaí) e RS-101 (Osório-Mostardas).
Na primeira manhã de agosto dava para ver – bem pequenininhos, como macaquinhos no alto de uma árvore – os técnicos dentro da carenagem do 37º aerogerador, na cúpula da torre.
(Por Geraldo Hasse,
Jornal Já, 01/08/2006)