Revegetação de áreas mineradas: estudo dos procedimentos aplicados em minerações de areia
2006-08-03
Tipo de trabalho: Dissertação de Mestrado
Instituição: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP)
Ano: 2003
Autora: Raquel Olimpia Peláez Ocampo Almeida
Contato: raquel.almeida@poli.usp.br
Resumo:
Este estudo analisa os métodos e técnicas utilizadas na revegetação de áreas de mineração de areia, e avalia os resultados que vem sendo obtidos. Foram visitadas cinco minerações típicas do setor contendo áreas revegetadas, nas quais observou-se o conjunto das atividades de recuperação. De forma geral, a revegetação vêm cumprindo papel fundamental na recuperação das áreas mineradas. Para uma avaliação mais detalhada, numa segunda fase do estudo, selecionou-se duas minerações: Viterbo Machado – onde houve revegetação com espécies nativas em área de disposição de rejeito e; Cinco Lagos – onde foi executada revegetação em antiga área operacional visando a recuperação de mata ciliar. Para avaliar os resultados da revegetação, foram selecionados cinco indicadores de desempenho: aspecto visual da revegetação, densidade, altura média de plantas, número de espécies plantadas e mortalidade de mudas. Na Mineração Viterbo, as características do rejeito depositado (finos) dificultam o desenvolvimento normal das plantas. As práticas atuais de manejo amenizam o problema, mas ainda não são suficientes. O tipo de manutenção de uma área revegetada há cinco anos, ainda não permite a regeneração natural, e nem todas as espécies utilizadas estão adaptadas às condições do substrato. Outra área semeada há nove anos só com gramíneas, hoje em dia revela um processo de regeneração natural considerável, embora com número restrito de espécies e distribuição localizada. A revegetação na Mineração Cinco Lagos tem pouca diversidade de espécies, mas apresenta bons resultados de crescimento e regeneração natural, especialmente em área com distanciamento de 6x1m entre linhas e plantas, respectivamente. Alguns aspectos observados do manejo do solo precisam ser aprimorados, e a escolha das espécies deve considerar a adaptação local. O número de espécies usadas para implantação de mata nativa é muito restrito, mas a regeneração natural vem se mostrando decisiva na diversificação de espécies. A revegetação em bacias de decantação requer a incorporação de novas estratégias de manejo do solo e das plantas. O método de avaliação demonstrou-se válido desde que realizado mediante a aplicação de um conjunto de indicadores e tendo em conta as características intrínsecas de cada local. Pesquisas neste campo podem ser aprofundadas com aplicação de indicadores adicionais (por exemplo sobre o estado do solo), e com estudos do aprimoramento do manejo nas suas dimensões técnica e econômica.