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2001-10-09
A Agência Federal de Meio Ambiente da Alemanha recomenda usar o mínimo de produtos químicos nos processos de purificação da água - sedimentação, floculação e neutralização, entre outros. Segundo um estudo conduzido pela instituição, que coordena o tratamento de 8,5 bilhões de metros cúbicos de esgotos por ano, esses produtos, quando impuros ou usados em excesso, também podem poluir a água e ficar depositados no solo, causando danos ambientais. O estudo foi realizado com 301 produtos e baseou-se em testes e informações prestadas por fabricantes. As autoridades consideram essencial o conhecimento sobre os efeitos desses produtos, pois, até 1991, por exemplo, 2,5 milhões de toneladas de esgotos eram utilizadas na agricultura. Foi feita distinção entre produtos orgânicos e inorgânicos, e o grupo mais preocupante foi o de inorgânicos, usados numa quantidade de 660 mil toneladas por ano - especialmente os sais metálicos. Eles são empregados na eliminação de fósforo e entram na purificação da água usada em banheiros, por exemplo. Os sais metálicos empregados são geralmente subprodutos de processos de manufatura. A desvantagem é que eles podem estar contaminados com metais pesados. Sais à base de ferro-alumínio geralmente contém proporções altas de cádmio, cromo, cobre, mercúrio, níquel, chumbo e estanho. As mais baixas concentrações de poluentes são encontradas em ferro puro ou em sais de alumínio. Apesar desse problema, o uso dessas substâncias no tratamento de água pode ser justificado, pois evita o consumo de outros produtos para a eliminação de fosfatos. Além disto, os metais pesados permanecem quimicamente ligados durante o processo. Em compensação, produtos à base de cálcio, usados na quantidade de 400 mil toneladas por ano no tratamento de água, são o segundo mais importante grupo de químicos inorgânicos nesse contexto, e não trazem problemas ambientais, desde que usados na dose certa, estipulada em normas técnicas. Mas uma porcentagem considerável de problemas vem da dosagem incorreta de substâncias orgânicas, como emulsões de poliacrilamidas, empregadas na quantidade de 19 mil toneladas por ano nessa finalidade. Elas têm o papel importante de desidratação de alguns produtos, mas são dificilmente biodegradáveis, segundo mostraram testes de laboratorio. O acúmulo dessas emulsões no ambiente não pode ser testado devido à falta de métodos convencionais de análise. A despeito de seu largo uso e de suas características ecotóxicas, não há ainda estudos que comprovem a sua permanência. Além disto, os alquifenoltoxilatos (APEOs) são geralmente adicionados como emulsificadores a produtos com outras emulsões de poliacrilamidas, o que acentua ainda mais os efeitos tóxicos a organismos presentes na água. Um dos produtos da decomposição dos APEOs é o nonilfenol, tóxico para peixes e prejudicial ao sistema hormonal humano. Devido ao resultado desse estudo, os fabricantes europeus estão preparando um acordo voluntário para o abandono do uso de APEOs no tratamento de água. Mas o dicarbamato, ou melhor, os seus derivados, são substâncias ambientalmente mais prejudiciais nesses processos. Eles são empregados na precipitação de metais pesados e estão relacionados, por exemplo, aos carbamatos usados como pesticidas na agricultura. Testes com o uso dos compostos de dicarbamatos em algas mostraram sua alta toxicidade, Mas quando usados em doses apropriadas, apenas quantidades insignificantes permanecem nas plantas de tratamento. O estudo está disponível sob o nome: Umweltvertraglichkeit von Chemikalienzur Abwasserbehahdlung. Pode ser adquirido por 20 marcos alemães no endereço Ahornstrasse, 1-2, 10787, Berlin, Germany.

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