A população de Curitiba e de sete cidades da região metropolitana passa a sofrer racionamento no abastecimento de água a partir de sexta-feira. A estimativa da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná) é que o corte no abastecimento afete 1,8 milhão de pessoas, 70% do total de habitantes da região.

A medida será adotada por 45 a 60 dias e é conseqüência da seca prolongada que se registra no Paraná e que impede a reposição de dois grandes reservatórios localizados ao pé da serra do Mar. Os institutos de meteorologia prevêem precipitação normal de chuva no Sul apenas para meados de setembro.

O corte no abastecimento ocorrerá uma vez por semana, com duração de 24 horas. A área afetada foi subdividida em sete, de forma que a interrupção no fornecimento de um dia não alcance mais do que 250 mil pessoas, em média.

O rodízio afetará a cada sete dias moradores do centro e dos bairros ao norte e ao leste de Curitiba. São áreas localizadas ou atendidas pelos mananciais de água da serra do Mar. É o caso de Piraquara, onde estão localizadas represas de captação. Os sistemas de captaçao dos rios Iguaçu e Iraí suportam o abastecimento mais pesado de Curitiba: 5.000 litros de água por segundo, em situação normal.

O diretor de Operações da Sanepar, Wilson Barion, disse que a empresa espera conter o consumo em até 20% com o rodízio. Ele afirma que as represas de Piraquara e Iraí têm reserva para agüentar uma escassez mais prolongada, mas o que a do Iraí está com 37% do volume normal e tem baixado a uma média de 10% ao dia.

O sul e o oeste de Curitiba e cidades conurbadas nesse lado da capital, como Araucária e parte de São José dos Pinhais, estão fora do racionamento. A população dessas regiões é atendida pela captação de 2.000 litros de água por segundo no rio Passaúna.

A coleta nesse ponto, pelo chamado fio d´água [curso normal, sem represamento], ainda não foi afetada pela estiagem.
(Por Mari Tortato, Agência Folha, 01/07/2006)
http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u124601.shtml