Com a presença de lideranças da indústria e autoridades ambientais, a
Plastivida Instituto Socioambiental dos Plásticos e a ONG Associação
RecicLázaro assinam hoje (01/08), às 17 horas, na sede da Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp), uma parceria social para a preservação
do meio ambiente e a geração de rendas para pessoas socioeconomicamente
desfavorecidas.
A parceria tem seis grandes objetivos: estimular a coleta seletiva de
materiais recicláveis; promover a preservação ambiental por meio de
atividades específicas de conscientização e de reciclagem; promover a
educação ambiental, utilizando material de apoio de fácil desenvolvimento
no universo escolar; expandir o projeto para outros bairros na cidade de
São Paulo; divulgar a importância da reciclagem e da conservação do meio
ambiente; e promover atividades de geração de renda para pessoas social e
economicamente desfavorecidas. Essa parceria é a primeira conseqüência de
um protocolo de intenções assinado entre a Prefeitura de São Paulo e a
Fiesp sobre coleta seletiva e reciclagem.
A primeira ação concreta será o apoio logístico da Plastivida à coleta
feita pela RecicLázaro dos materiais recicláveis no bairro da Lapa e
imediações (zona oeste da capital). Segundo o presidente da Plastivida,
Francisco de Assis Esmeraldo, um dos resultados imediatos será elevar de
60 para 100 toneladas/ano o volume de resíduos recicláveis nesse bairro.
Isso permitirá o aumento do volume coletado e do percentual de plástico
recolhido e destinado para a reciclagem, além de possibilitar a criação
de mais trabalho e renda entre a população atendida pela organização
não-governamental.
Em um segundo momento, será implementada uma ação de educação ambiental
por meio de material de apoio escolar para escolas públicas e privadas
do 1 grau da região. Se a curto prazo o objetivo é criar pontos de coleta
seletiva, a longo prazo é despertar a consciência da reciclagem junto às
crianças.
A Plastivida Instituto Socioambiental dos Plásticos é a entidade que
representa institucionalmente a cadeia produtiva do setor para divulgar a
importância dos plásticos na vida moderna e promover sua utilização
ambientalmente correta. É o braço da indústria química que cuida das
questões socioambientais, ao mesmo tempo que dá prioridade a iniciativas
de responsabilidade social.
O instituto dispõe hoje de uma grande base de conhecimentos em áreas como
responsabilidade social, educação ambiental, legislação para o manejo de
resíduos sólidos urbanos, coleta seletiva e vários tipos de reciclagem.
"O Brasil já recicla mais plásticos que a média dos países da Europa",
informa o presidente da Plastivida. Segundo pesquisa inédita realizada
pela empresa, o índice de reciclagem pós-consumo foi de 16,5% em 2003,
enquanto a média da Europa Ocidental ficou em 14,8% e a da União Européia
em 12,8%.Essa pesquisa foi atualizada com dados do ano de 2004 e será
divulgada hoje, na assinatura da parceria. O índice subiu para 17,9% e o
número de empregos na reciclagem passou de 11,5 mil para 16,4 mil. O
número de catadores já chega a 500 mil.
A Associação RecicLázaro é uma entidade civil sem fins lucrativos que
coordena atividades de educação ambiental, coleta seletiva e reciclagem
junto à população da cidade de São Paulo. Seu foco principal são pessoas
que se encontram em situação de risco social, como moradores de rua,
dependentes químicos, idosos e mulheres vítimas de violência.
Este ano a associação completa uma década de atuação no apoio a esse
segmento da população. Das 10 mil pessoas vivendo nessas condições,
segundo dados oficiais da prefeitura, 900 passam diariamente pelas suas
unidades.
A entidade, sem fins lucrativos, nasceu com as pastorais sociais da Igreja
Católica, em meio a uma ação da paróquia São João Maria Vianney, na Lapa,
para recuperar a Praça Cornélia, degradada pela miséria e pelo tráfico de
drogas.
O primeiro projeto foi a abertura, em 1998, da Casa São Lázaro para
acolher moradores daquela praça, onde até hoje funciona a sede da
organização. A preocupação seguinte foi encontrar alternativas para o
sustento próprio dessas pessoas. O conceito de recuperação do indivíduo
se estendeu a outras oito unidades e a novos programas sociais.
(Por Valter Leite,
Gazeta Mercantil, 01/08/2006)