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2006-08-01
A preocupação com o meio ambiente tem sido crescente, sobretudo a partir da convicção científica de que, no ritmo da destruição atual, o Planeta estará fadado ao esgotamento e, com isso, extintos todos os seus habitantes, inclusive os supostamente racionais. Mas qualidade de vida está sendo também associada freqüentemente, nos últimos anos, a ambientes saudáveis no rol daqueles construídos por homens e mulheres – não só entre os fornecidos gratuita e exuberantemente pela natureza.

Arquitetos e decoradores se valem cada vez mais dos conceitos do Feng Shui, conjunto de sugestões milenares chinesas, voltadas para a harmonização de ambientes. Há instruções específicas para todos os cômodos, do banheiro à cozinha; do escritório à sala de jantar. Muita gente, porém, não acata as propostas – ou nelas sequer reconhece qualquer sentido – porque seus efeitos ainda demandam comprovações científicas.

Num campo menos empírico, ganha espaço também no Brasil a Geobiologia, Ciência que estuda a relação entre a Terra e os seres que a habitam. Também conhecida como “a Medicina do Habitat”, ela investiga como os ambientes podem influenciar diretamente na saúde. “A área de estudo da Geobiologia para determinar os fatores em jogo nesta delicada interação Homem-Ambiente é ampla. Influências que provêm do solo geradas por águas subterrâneas, linhas do campo magnético terrestre, formas arquitetônicas, decoração, qualidade do ar, da água, poluição sonora e eletromagnética, radiações cósmicas, materiais de construção, e uma série de outros itens são peças chaves na determinação de locais salubres ou enfermos”, diz o geobiólogo Allan Lopes Pires, no site mantido por ele - http://www.geobiologia.com.br.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) já está investigando o fenômeno denominado "síndrome do edifício enfermo", cujas vítimas podem chegar até a morte, provocada por males oriundos da contaminação ambiental no lar ou no trabalho. Estudos mostram que os dutos de ventilação muitas vezes disseminam vírus e germes causadores de doenças como alergias respiratórias e outras mais graves. Criar casas e ambientes saudáveis e propor soluções para tornar edifícios enfermos em locais benéficos é o objetivo da Geobiologia.

Segundo Allan Pires, podem influenciar o ambiente de modo negativo a falta de iluminação e ventilação – problemas mais facilmente detectáveis – e a presença de fatores menos evidentes, como químicos voláteis que emanam de tintas e materiais de construção e limpeza em geral. “Até mesmo os elementos menos visíveis, como a influência de veios de água subterrânea e linhas do campo magnético da terra, têm efeito sobre o bem-estar de quem tem a cama ou a mesa de trabalho localizados sobre de um destes fatores”, explica o especialista, que estudou sobre Geobiologia nos Estados Unidos e Espanha, e há quatro anos ministra cursos sobre o tema no Brasil, destinados a arquitetos, engenheiros e público leigo interessado no assunto.

Para Pires, as ondas eletromagnéticas de antenas de celulares e linhas de alta tensão são capazes, sim, de provocar apreensão no que diz respeito à interação destes campos com a matéria viva.

No próximo dia 18/8, a partir das 14h30, ele será o convidado do Encontro Abrale (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia) 2006. Fará palestra com o tema "A Medicina no Seu Lar: Geobiologia", no auditório da entidade, à rua Pamplona, 518, em São Paulo (SP). As inscrições, gratuitas, podem ser feitas pelo telefone (11) 3149-5190 ou pelo e-mail abrale@abrale.org.br.
(Por Mônica Pinto, AmbienteBrasil, 01/08/2006)
http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=26008

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