Mesmo depois da efetivação do plano para regularizar os catadores de lixo em Porto Alegre, os papeleiros continuarão transitando pelas ruas da cidade, só que por um trecho mais restrito, amenizando o problema que causam ao trânsito. Segundo o diretor-presidente do DMLU, Darci Campani, o dano ao tráfego de veículos não é o principal impacto causado pelos catadores. O pior de tudo são os aterros clandestinos, feitos com o material que sobra da triagem, feita no próprio quintal da casa do carroceiro. - Depositando esse lixo em cima do banhado, eles conseguem mais meio metro de propriedade, conta Campani. Os principais focos desse desrespeito ao meio ambiente são o Recanto dos Sabiás e a Vila Dique, caracterizada por montanhas de lixo espalhadas em seu contorno. O Diretor da Divisão de Destino Final do DMLU, Geraldo Reichert, garante que há coleta nessas localidades, ressaltando que a situação calamitosa é causada pelo lixo abandonado pelos catadores clandestinos. - Eles pegam o que pode ser vendido e deixam o resto atirado. Volta e meia fazemos mutirão de limpeza, mas isso não resolve o problema, reclama. A solução ideal é o reassentamento, pois as pessoas estão em uma área considerada de risco. Entretanto, não há verbas para as obras. Enquanto não chega o financiamento, o DMLU promove ações para minorar o impacto, como apreensão dos porcos que estavam sendo criados em meio aos resíduos, e o próprio plano, que pretende evitar que os catadores levem o lixo para o fundo do quintal.