Organizações civis, sindicatos, movimentos sociais do campo e da cidade, indígenas e
quilombolas realizarão no dia 16/08, em Porto Alegre, o seminário: "Deserto Verde: os
impactos da monocultura do eucalipto para os povos". A atividade inicia às 9h no Salão de
Atos da Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e segue durante todo o dia,
encerrando-se às 16h. A expectativa é de mil participantes de várias regiões do RS.
O seminário tem por objetivo aprofundar o debate sobre as conseqüências ambientais,
econômicas e sociais que a expansão da monocultura das árvores exóticas e a instalação em
massa das indústrias papeleiras estão provocando e tendem a se intensificar no Rio Grande
do Sul. Dirce Suertegaray, pesquisadora da Ufrgs, ressalta o enorme impacto
sócio-ambiental que as monoculturas ocasionam no bioma Pampa. “As exóticas consomem
muita água e degradam o solo, afugentando animais e comunidades locais”, explica. Os
aspectos jurídicos e a cobertura da mídia sobre o assunto também serão discutidos.
Além de estudar o tema, o seminário pretende apontar, em conjunto, alternativas econômicas
e ambientais à Metade Sul do Estado. A monocultura do eucalipto é colocada hoje pelos
governos como alternativa para o desenvolvimento regional. No entanto, as conseqüências
para as populações locais são ignoradas. Indígenas do Espírito Santo e camponeses
latino-americanos depõem sobre a degradação da natureza e da organização dos povos
provocadas pelo setor. Somente no RS, Aracruz, Votorantim e Stora Enso já compraram,
juntas, mais de 200 mil hectares para o plantio de exóticas.
Promovem o seminário a Via Campesina do Rio Grande do Sul, Núcleo de Economia Alternativa
(Nea/Ufrgs), Pós-graduação da Geografia/ Ufrgs, Pró-Reitoria de Extensão (Prorext/Ufrgs),
Núcleo de Ecojornalistas do Rio Grande do Sul (NEJ/RS), Marcha Mundial de Mulheres,
CUT-RS, Federação dos Metalúrgicos/RS, Federação dos Sapateiros/RS, Federação dos
Trabalhadores em Indústrias de Alimentação/RS, Cpers, Conselho Indigenista Missionário
(Cimi/RS), Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), Movimento Nacional de
Direitos Humanos/RS, Profetas da Ecologia, Terra de Direitos, AGAPAN, CETAP, Diretório
Central dos Estudantes (DCE/ Ufrgs), Diretório da Biologia (DAIB/Ufrgs), Grupo de Apoio
à Reforma Agrária (GARRA/Ufrgs), Centro Acadêmico do Direito do IPA, ATTAC/Poa, Centro de
Educação Popular (CAMP), CECA, CEBI/RS, Fian Brasil, Cáritas/RS, ESTEF, Congregação dos
Capuchinhos/RS e as pastorais sociais Operária e Afro do RS.
A programação é a seguinte:
9h - Os impactos sócio-econômicos e ambientais do Deserto Verde
Expositores: Dirce Suertegaray (pesquisadora da Pós-graduação de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e Francisco Milanez (Conselheiro da AGAPAN e secretário geral da ECOFUND, Fundação pelo Desenvolvimento Ecologicamente Sustentável)
11h – Os aspectos jurídicos e o papel da mídia na expansão do Deserto Verde
Expositores: Domingos Silveira (Ministério Público Federal) e Pedrinho Guareschi
(Escritor e professor da PUC/RS)
13:30 – Apresentação do grupo teatral “Ói Nóis Aqui Traveiz”
14:30 h - Testemunhos dos impactos do deserto verde na vida dos povos
Expositores: representante de comunidade indígena do Espírito Santo, integrante de
organização camponesa latino-americana e Via Campesina Brasil.
(Texto da assessoria de imprensa do seminário Deserto Verde, disponível em
Ecoagência, 29/07/2006)