Proteger os recursos hídricos do Distrito Federal. Esse é o principal objetivo do Programa de Saneamento Ambiental e Gestão
Territorial do DF, o Brasília Sustentável, que deve começar a ser implementado no início de 2007. Duas bacias hidrográficas, a
do Descoberto e a do Paranoá, serão diretamente beneficiadas pelos US$ 115 milhões que o governo negociou com o Banco
Mundial (Bird).
Na Bacia do Paranoá, o programa prevê investimentos pesados na Vila Estrutural e em Vicente Pires. No primeiro caso, onde
existe um lixão aberto, serão gastos US$ 31 milhões para levar saneamento básico completo aos 55 mil moradores da cidade.
"A idéia é retirar o lixão do local e recuperar ambientalmente a área. Além, é claro, de levar esgoto e água encanada a cada
casa", salientou a secretária de Captação de Recursos Financeiros, Rossana Rêgo.
Em Vicente Pires, onde moram cerca de 45 mil pessoas, há sérios problemas ambientais como o aterro de nascentes. No
local, o programa implantará infra-estrutura para garantir a boa qualidade da bacia hidrográfica.
"Não podemos deixar o Lago Paranoá ser poluído novamente. Por isso, essas duas ações são fundamentais para a boa
qualidade de vida dos moradores do DF", afirmou Rossana Rêgo.
Parte dos US$ 115 milhões serão aplicados na Bacia do Descoberto, mais precisamente na cidade de Águas Lindas (GO). O
governo considera fundamental a aplicação de recursos no Entorno para preservar o meio-ambiente. A barragem do rio
Descoberto responde por 65% do abastecimento de água do DF.
O montante negociado com o Bird exige uma contrapartida do governo local. Do total dos recursos, 50% serão emprestados
pelo Banco Mundial e os outros 50% custeados pelos cofres do GDF.
O contrato para o início da relação foi assinado em fevereiro deste ano, após dois anos de negociação para receber o aval da
União. Isso porque nenhuma unidade da Federação pode contrair empréstimos internacionais sem a autorização do governo
federal.
Mas o repasse dos recursos só deve começar a ser feito no próximo ano. A Agência Reguladora de Águas e Saneamento
(Adasa) será a administradora do programa.
(Por Éderson Marques,
Gazeta Mercantil, 31/07/2006)